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Comunicado - Alegando reorganização, Estadual ficará fechado também hoje

A direção do Colégio Estadual do Paraná decidiu cancelar todas as aulas de hoje, em todos os turnos. A decisão foi publicada no site da instituição na internet. O comunicado diz o seguinte: "Nesta quinta-feira, 08/11/2007, não haverá aula no Colégio Estadual do Paraná. Todas as atividades discentes estão suspensas para reorganização da escola. Apenas a secretaria funcionará para rematrículas."

Na noite de ontem, os alunos espalhavam pela internet o boato de que a diretora do colégio, Maria Madselva, teria colocado o cargo à disposição do governador. A informação, porém, não foi confirmada por nenhuma fonte oficial.

Também via internet, os alunos divulgaram diversos vídeos registrando o momento da detenção dos adolescentes e os protestos ocorridos no colégio. As gravações, realizadas com aparelhos celulares, foram disponibilizadas na comunidade do colégio no Orkut e no site especializado youtube.com.

Apesar de toda a confusão no colégio, a direção decidiu não interromper a matrícula dos alunos, prevista para ocorrer até a próxima terça-feira. Os alunos do terceiro ano do Ensino Médio se consideram particularmente prejudicados pela suspensão nas aulas, já que devem fazer as provas do vestibular da Universidade Federal do Paraná dentro de dez dias. (RWG)

Um protesto contra a direção do Colégio Estadual do Paraná (CEP), na manhã de ontem, em Curitiba, terminou com a detenção de dois adolescentes e com a suspensão de todas as aulas pelo restante do dia. Os alunos se dizem insatisfeitos com a postura da diretora-geral do colégio, Maria Madselva Ferreira Feiges, e já fizeram um abaixo-assinado pedindo eleições diretas para o cargo. Ao contrário do que ocorre nos demais colégios públicos do Paraná, a direção do CEP não é eleita por professores, funcionários e alunos. O diretor é indicado diretamente pelo governador do estado.

A diretora, que assumiu a função no início deste ano, já vinha enfrentando problemas de relacionamento com funcionários e professores do colégio. Um grupo descontente chegou a formular um documento com 25 questionamentos contra a atuação de Maria Madselva. Eles afirmam que a diretora é autoritária e questionam algumas atitudes dela. Em um dos pontos, eles afirmam que vários alunos reprovados pelos professores avançaram de ano via ato administrativo da diretora.

O documento, encaminhado à Secretaria de Estado da Educação, também afirma que a direção decidiu passar metade das inspetoras de corredores do colégio para o serviço de limpeza. Com isso, os alunos estariam tendo mais liberdade para faltar aulas e para desrespeitar regras internas. Em agosto, uma bomba caseira foi colocada em um dos banheiros. O estouro fez com que a direção proíbisse os alunos de usar todos os banheiros.

Revolta

Os protestos nesta semana começaram na segunda-feira, quando o secretário de Educação, Maurício Requião, compareceu ao colégio para se reunir com a diretora. Os alunos cercaram o secretário para cobrar mudanças. Maurício teria dito que tem um carinho especial pela instituição e pelos alunos, até porque estudou lá. "Mas depois ele se desentendeu com alguns estudantes, nos chamou de moleques e foi embora", diz uma aluna que não quis se identificar.

Na terça-feira, os alunos fizeram um primeiro protesto e chegaram a adiar a primeira aula da manhã, mas depois o clima ficou mais tranqüilo. Ontem, porém, a situação ficou mais difícil no colégio. Alguns alunos tiveram uma reunião com a diretora e pediram mudanças. Ficaram insatisfeitos com as respostas. Mais uma vez houve protestos. Dessa vez a Patrulha Escolar, da Polícia Militar, foi chamada.

No começo da tarde, um ex-aluno do colégio, que participava da manifestação, teria se exaltado. Segundo a versão da Polícia Militar, ele pegou um extintor e começou a esvaziá-lo. O rapaz teria sido levado para a sala da direção do colégio. Lá, a PM diz que ele desacatou o policial. Nessa hora, além da Patrulha Escolar já havia uma viatura do projeto Povo, também da PM, no colégio. O garoto foi levado para o carro para ser encaminhado à delegacia.

A multidão de alunos, porém, se aglomerou em torno do carro. Os estudantes tentaram impedir que o adolescente fosse levado pela PM. Um dos alunos, que teria tomado as dores do garoto detido, foi igualmente acusado de desacato e levado para a viatura. Ambos foram algemados dentro do carro. Os alunos ainda tentaram impedir que o carro partisse e chegaram a amassar a lataria. Mesmo assim, os policiais deram a partida, afastaram os estudantes e saíram.

Os dois detidos, de 17 anos, foram levados para a Delegacia do Adolescente. No fim da tarde, já estavam liberados e esperavam apenas que seus pais ou responsáveis fossem buscá-los.

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