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Acidentes de trânsito deixaram pronto-socorros de Curitiba superlotados | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Acidentes de trânsito deixaram pronto-socorros de Curitiba superlotados| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Hospitais lotaram no fim de semana

Os pronto-socorros de Curitiba ficaram sobrecarregados no fim de semana por causa das vítimas de acidentes de trânsito. Alguns pacientes tiveram de ser transferidos para hospitais na região metropolitana. No Hospital Evangélico, o movimento foi o triplo do normal. Os médicos atendem em média dez casos de vítimas acidentes de trânsito no fim de semana. Nesse, foram 30 vítimas atendidas em 24 horas. Os médicos acreditam que boa parte dos acidentes foi ocasionada pelo álcool. Os hospitais Cajuru e do Trabalhador também ficaram superlotados.

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Lei só "pega" com fiscalização

A advogada Sheila do Rocio Cercal, diretora do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), acha que a fiscalização é importante para consolidar a lei seca. "Em um primeiro momento os motoristas ficaram assustados com a ampla divulgação na mídia e tomaram cuidado, mas ficar de olho nos motoristas ainda é necessário para garantir a aplicação da lei", diz. De acordo com Sheila, até a lei pegar como aconteceu com o cinto de segurança, ainda é preciso muitas campanhas educativas e participação da mídia.

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Tática de fuga por ruas sem movimento

Para driblar a fiscalização, o estudante e pequeno empresário Daniel Prudente, 23 anos, procura vias menos movimentadas, onde a possibilidade de encontrar uma blitz é reduzida. "Procuro fugir das ruas principais, como a Avenida das Torres, a Manoel Ribas, a Hugo Simas e, no centro, a Marechal Floriano", conta. A tática tem se mostrado eficaz, já que ele garante jamais ter caído em uma blitz. "Nem mesmo quando não bebi nada e não estou pensando o trajeto".

O estudante FMS, 21, que pediu para não ser identificado, ficou cerca de um mês sem dirigir depois que a lei seca entrou em vigor. Agora, ele voltou a misturar bebida e direção, mas garante que está mais moderado. "Se bebo uma ou duas cervejas, dirijo. Mas nos fins de semana, quando saio para beber, não vou de carro.

A questão daí é minha própria segurança". Ele também conta que nunca foi pego em uma blitz. "Para falar a verdade, eu nunca nem vi uma". (PC)

  • Quantidade de acidentes cresceu, porém número de mortes diminuiu. Confira

A lei seca não conseguiu reduzir o número de acidentes nas rodovias federais paranaenses, mas promoveu uma queda significativa nos óbitos nas estradas. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal do Paraná, os acidentes com mortes caíram 22% nos meses de julho, agosto e setembro, em comparação ao mesmo período do ano passado. Foram 76 em 2007 e 59 neste ano. O número de mortos também teve queda, de 95 para 63 (21%), apesar do número de acidentes ter crescido 8% no período, num total de 2.679.

No Brasil, o número de acidentes nas estradas federais também aumentou 8,6% no comparativo do mesmo período de 2007. Por outro lado, o balanço divulgado ontem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostra que o número de mortos em acidentes teve queda de 6% em relação ao mesmo período do ano passado. A PRF atribui o pouco impacto da lei nas estradas à falta de fiscalização no interior do Brasil, principalmente em cidades pequenas. Nos dois primeiros meses de vigor da nova lei, a taxa de acidentes com mortos foi maior: 13,6%. Em 61 mil km de rodovias, a PRF prendeu em flagrante 1.756 motoristas por embriaguez. No total, 2.797 condutores foram autuados por dirigir embriagados.

O aumento de acidentes nas rodovias paranaenses estaria, no entanto, dentro de um quadro de normalidade nacional, causado pelo sucessivo aumento da frota. O maior mérito da nova legislação, de acordo com o inspetor e chefe de Comunicação Social da Polícia Rodoviária, Fabiano Moreno, estaria na redução do número de acidentes com vítimas fatais. "Nisso, sem dúvida, a legislação colabora. Motoristas embriagados causam acidentes mais graves, e punições mais severas têm efeito sobre os índices desse tipo de acidente", explica o inspetor. Ele também garante que a PRF está bem equipada para aplicar a lei. "Os 14 bafômetros do estado atendem bem ao cenário paranaense".

A redução no número de acidentes graves não pode ser vista como uma conscientização por parte dos motoristas. "Estamos verificando uma aceitação, mas a fiscalização não pode ceder. Se ela afrouxar, teremos problemas a curto prazo", diz o inspetor Marcelo Cidade, que participa de operações nas BRs 116 e 476, que passam pela Região Metropolitana de Curitiba. A lei mais severa e a fiscalização mais rígida fizeram o número de autuações crescer 38% nas rodovias federais do estado em julho, agosto e setembro, em comparação ao mesmo período do ano passado: elas saltaram de 108 para 150. O número de prisões por embriaguez também aumentou, de 87 para 137, ou 57%.

Fiscalização

Nas rodovias estaduais, a situação é parecida com o restante do país. Houve um crescimento no número de acidentes com uma pequena diminuição no número de vítimas fatais e feridos. A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) contabilizou 26 acidentes envolvendo motoristas alcoolizados no primeiro trimestre da lei seca.

O Batalhão de Policiamento do Trânsito (BPTran) não ampliou a fiscalização após a promulgação da lei seca, pois esta já seria uma atividade de rotina do Batalhão. Neste primeiro trimestre pós-lei foram registradas 244 infrações pelo BPTran, uma média de quase três por dia. A Delegacia de Delitos do Trânsito (Dedetran) recebeu 232 motoristas. Armando Braga de Morais Neto, titular da delegacia, afirma que no primeiro mês da nova lei houve um aumento de 46% nas infrações, mas depois os números caíram 25% consecutivamente nos dois meses seguintes.

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