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A notícia de que Curitiba investirá em uma malha cicloviária é esperada há anos por usuários de bicicleta e especialistas em transporte e mobilidade. Segundo eles, uma rede cicloviária não resolverá os problemas de trânsito, mas pode ajudar.

Para o diretor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Carlos Hardt, Curitiba saiu na frente há 30 anos, quando implantou as primeiras ciclovias, mas parou no tempo. "Elas foram destinadas ao lazer e não à mobilidade", diz.

Hardt acha que os investimentos são bem vindos, mas poderiam ter sido feitos antes. Ele avalia que as bicicletas podem funcionar como uma alternativa ao transporte coletivo, mas alerta que no começo o sistema poderá não ser usado. "É um aspecto cultural que nós não temos, um hábito que acaba sendo perdido na infância."

O coordenador do programa de extensão da Universidade Federal do Paraná (UFPR), José Carlos Assunção Belotto, diz que a previsão de vias destinadas a bicicletas na Linha Verde e na Marechal Floriano Peixoto, formando uma "cruz", devem ser úteis. Ele lembra, porém, que a melhor alternativa é a ciclofaixa. "Assim o ciclista fica separado do pedestre e do carro. Aumenta a velocidade média e a segurança", diz.

Para o ciclista Jorge Brand, membro do movimento Bicicletada, um ponto negativo é a ausência de usuários de bicicleta na elaboração do projeto. "É um descaso", critica. O primeiro erro, segundo Brand, é implantar uma ciclofaixa na Marechal Floriano, em um trecho restrito entre a Linha Verde e o Boqueirão. "Se não vai até o centro não adianta. Estão dando preferência para os carros. Nada vai acontecer enquanto nossos administradores não andarem de transporte coletivo ou bicicleta." (TC)

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