Depois de duas semanas do começo das aulas nas escolas municipais do Paraná, boa parte dos alunos das séries iniciais do ensino fundamental está sem acompanhamento de professores especializados durante as aulas de educação física . Na região Noroeste alguns estudantes estão até sem aula. Em Maringá, todos os estudantes do 1.º ano ficaram sem professores de educação física em 2008. Em 2009, algumas turmas estão sem aula. Os municípios de Marialva e Mandaguaçu também enfrentam o problema.
Mesmo com a não obrigatoriedade de existir um professor formado em educação física para ministrar as aulas, prevista pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), todas as secretarias de educação das respectivas cidades afirmam que é indispensável a presença de um professor qualificado na área. Segundo a Secretaria de Educação de Maringá, 100% das turmas de 1.º ano ficaram sem professores especializados em educação física em 2008. Neste ano, das 42 escolas municipais, 9 estão sem docentes suficientes. Turmas dos dois primeiros anos estão sem orientadores especializados. São cerca de 1,5 mil alunos, de 16 mil, que estão sem a figura do professor de educação física.
Procurado pela reportagem, o professor de educação física Ricardo Henrique Bim, conta que na Escola Municipal Maestro Aniceto Matti, onde ele ministra aulas, todas as turmas de 1.º ano estão sem aulas aproximadamente 100 crianças - das 550 que frequentam a instituição. "É certo que aumentou o número de alunos nas séries iniciais, em razão do ensino de 9 anos, mas esse acréscimo já era previsto e os órgãos públicos poderiam ter se preparado."
A diretora da escola, Ana Paula Maioque Jorge, confirmou que os alunos do 1.º ano não estavam tendo aula. "Esse problema vai ser resolvido até julho", resumiu.
O professor de educação física Marcos de Mello conta que na Escola Municipal Octávio Periotto ocorre o mesmo problema. "Alguns professores estão sendo remanejados. A coordenação da Secretaria de Educação está tentando contornar a situação com educadores que tenham possibilidade de dobrar as horas-aula semanais para atender outras instituições", lembra.
A coordenadora pedagógica de educação física da Prefeitura de Maringá, Débora Gomes, reconhece as falhas, mas afirma que tudo deve estar normalizado ainda no segundo semestre. "Já temos um quadro bom de professores especializados, porém, não supre a necessidade. Vamos fazer concurso. Precisamos de mais nove docentes para atender aos estudantes."
Ela admite que em determinadas instituições algumas turmas não estão tendo aulas de recreação. "Existem docentes que não têm experiência nenhuma na área e acabam não dando aulas", conta.
Para os pais que têm alunos nas instituições, que apresentam o problema, a situação tem de ser resolvida o mais rápido possível. Graciane Monteiro, mãe de Everton, aluno do Maestro Aniceto Matti, não admite a falta de professor. "Pagamos impostos para que nossos filhos tenham todas as aulas com pessoas qualificadas", ressalta.
Região
Em Mandaguaçu, 250 alunos das séries iniciais da Escola Municipal Maria dos Santos Severino também não têm professores de educação física. "Os alunos até fazem algumas atividades, como jogar bola ou jogos, como o xadrez, mas nada é acompanhado por uma pessoa formada em educação física", lembra a diretora Margarida Lopes Ribeiro.
Na quadra do colégio, o matagal impede que os estudantes tenham um local adequado para prática de atividades físicas. Margarida afirma que o problema vai estar resolvido até o início de março.
A situação não é muito diferente do que acontece com os estudantes do ensino fundamental da Escola Municipal Doutor Eurico Jardim Dornellas de Barros, em Marialva. Faltam docentes graduados no curso de educação física para ministrar as aulas. Assim como a direção da instituição de Mandaguaçu, a escola de Marialva afirmou que todos os professores estarão disponíveis no início de março.
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