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A maioria das escolas particulares de Maringá ainda não definiu o valor das mensalidades de 2011, mas o reajuste, mais uma vez, deve ser maior que a inflação apontada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que foi de 4,29% no período de 12 meses (encerrado em agosto). Pelo menos esta é a previsão do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Noroeste do Paraná (Sinepe/Nopr).

De acordo com o presidente da entidade, José Carlos Barbieri, além das taxas de serviço e impostos pagos pelas instituições, a inadimplência dos pais de alunos e o investimento em melhorias também vão influenciar o aumento das mensalidades.

"As escolas que investem em reformas estão tendo dificuldades, já que a mão de obra na Construção Civil é cara e pequena para atender a procura. Além disso, a taxa de inadimplência nas instituições de ensino de Maringá varia entre 3,5% a 9%, e isso também acaba influenciando no reajuste", justificou.

Em Maringá, as instituições de ensino devem definir o valor das mensalidades de 2011 somente após uma reunião marcada, pelo Sinepe, para a segunda quinzena deste mês. Segundo Barbieri, a tendência é de que o aumento não deva passar dos 10%. "Na reunião nós vamos indicar um índice, mas isso vai depender das escolas, já que cada administração tem seus custos, despesas e investimentos", explicou.

No ano passado, as mensalidades tiveram aumentos entre 4% e 12% na região Noroeste. Segundo o banco de dados da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Maringá conta com cerca de 140 estabelecimentos de ensino particulares, que vão da educação infantil até o ensino médio.

Reajuste ficou entre 5,5% e 7,5% em Curitiba

As escolas particulares de Curitiba iniciaram a temporada de rematrículas com reajuste nas mensalidades entre 5,5% e 7,5%, em média. Segundo Ademar Pereira, presidente do Sinepe no Paraná, a disparidade ocorre porque a planilha de custos das escolas inclui ainda outros valores, que não estão vinculados à inflação.

Pereira também cita o pagamento de salários e aluguel como indutores de reajuste de mensalidade. "Temos de definir o nosso preço agora e manter até dezembro do ano que vem. O reajuste dos professores será definido em março. Não sabemos qual será o valor, mas sempre supera a inflação. Além disso, o aluguel é reajustado pelo IGPM, que costuma ficar entre 8% e 9% ao ano", justificou.

Agnelo Silva Lopes, tesoureiro do Sindicato dos Professores do Paraná (Sinpropar), refuta a responsabilidade da categoria sobre os aumentos de mensalidade. "O aumento dado a nós neste ano foi de 5,75%, nos quais há apenas 1% de aumento real. Se [o responsável pelo aumento nas mensalidades] fosse o salário dos professores, deveria ser nos mesmos porcentuais. A categoria não tem recebido ganhos reais suficientes para causar reajuste de mensalidades", argumenta.

Sandro Silva, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PR), também acredita que a explicação dada pelas escolas para os aumentos é insuficiente. "Ano após ano, as escolas estão aumentando os preços acima da inflação. Os investimentos destas empresas não devem ser pagos pela mensalidade cobrada dos pais, pois são um risco da atividade capitalista", defende.

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