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“Precisamos fortalecer as regiões do interior do Brasil que são produtoras de alimentos e que não contam com ferrovias", disse Samuel Gomes, ao defender traçado pelo Noroeste | Arquivo/Agência de Notícias Gazeta do Povo
“Precisamos fortalecer as regiões do interior do Brasil que são produtoras de alimentos e que não contam com ferrovias", disse Samuel Gomes, ao defender traçado pelo Noroeste| Foto: Arquivo/Agência de Notícias Gazeta do Povo

Amigas e rivais

Ao mesmo tempo em que Maringá e Londrina iniciam uma batalha para participar do projeto de construção da Ferrovia Norte-Sul, trabalham juntas para viabilizar a construção da linha do Trem Pé Vemelho, rota para passageiros entre as duas regiões metropolitanas. Um estudo está sendo preparado nesse sentido.

"Faremos uma avaliação da demanda por este tipo de transporte. A proposta é concluirmos esses trabalhos até julho, dando um novo impulso para os estudos. A idéia é que a partir de 2013 o trem já comece a rodar entre Paiçandu e Ibiporã ", explicou Samuel Gomes.

A pesquisa deve ser feita com 40 mil pessoas nos 13 municípios participantes do eixo ferroviário, quantidade que equivale a cerca de 2% da população desta área. Para realizar o trabalho, entre foram selecionados estudantes universitários e das escolas técnicas da região.

O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, voltou a afirmar sua preferência pelo traçado da rodovia Norte-Sul, passando por Maringá e Campo Mourão. A linha férrea que deverá cortar o Brasil de Norte a Sul ainda não saiu do papel e já colocou Maringá e Londrina em disputa pela obra. Gomes conversou nesta terça-feira (30) com o deputado federal Beto Albuquerque (PSDB-MG), relator do projeto que tramita na Câmara Federal, e pediu que o projeto seja mantido no formato atual. A proposta em discussão, elaborada pela Ferroeste, passa por Maringá e já foi aprovada na Comissão de Viação e Transporte da casa.

Na mesma data, Gomes recebeu para uma visita o prefeito de Campo Mourão, Nelson Tureck, e conversaram sobre a ferrovia que deverá cortar o município. "Precisamos fortalecer as regiões do interior do Brasil que são produtoras de alimentos e que não contam com ferrovias, melhorando a sua infraestrutura logística e sua integração com os demais modais de transporte e com os portos. É o caso do Sudoeste do Mato Grosso do Sul, do Noroeste do Paraná, especialmente Campo Mourão", disse Gomes. Na semana passada ele já havia dito que a preferência do traçado pelo Noroeste era por Campo Mourão, já que a cidade é sede da Coamo.

Depois que o prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT), se mostrou insatisfeito com a escolha, empresários e políticos londrinenses iniciaram mobilização para garantir que o trecho da ferrovia Norte-Sul, previsto para ser construído no Paraná, seja mantido como consta do projeto original do Ministério dos Transportes, ligando Apucarana e Guarapuava. Os deputados federais Alex Canzian (PTB), Luiz Carlos Hauly (PSDB) e André Vargas (PT) vão trabalhar em conjunto – em Brasília e Curitiba – para que a preferência da Ferroeste, que vai comandar os trabalhos da recém-criada Ferrosul, por Maringá, seja revertida.

Mesmo assim, a briga será dura para Londrina, visto o traçado passando por Maringá e Campo Mourão conta com estudo de viabilidade, proposto pela Ferroeste, e já está sendo analisado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal. A passagem da ferrovia por Londrina foi sugerida pelo Ministério dos Transportes, mas foi considerada apenas como "ensaio de traçado". Ainda não há prazo para o fechamento dos convênios.

Trechos em discussão

O ensaio de traçado idealizado pelo Ministério começaria em Panorama, divisa entre São Paulo e Mato Grosso do Sul, entraria no Paraná pela região de Londrina, seguiria até Guarapuava, terminando em Pato Branco. A contraproposta da Ferroeste prevê entrada no estado pela região de Maringá, Campo Mourão e finalizando em Laranjeiras do Sul. Após essa etapa, outra fase seria a ligação até Chapecó (SC), e em seguida Erechim (RS). O projeto da Ferrosul - formada pelos estados de do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul – de interligar os estados por meio de linhas de trem ganhou simpatia do governo federal e deve ter orçamento incluído nas obras do Programa de Aceleração do Cresciemento (PAC).

Segundo Gomes, a preferência não é por Maringá, mas por Campo Mourão. "Eu defendo que passe por Campo Mourão, já que ali está a Coamo, a maior cooperativa da América Latina". A Ferroeste teria, segundo o presidente, desenvolvido um projeto de viabilidade econômica que aponta esse traçado como mais vantajoso. O sugerido pelo Ministério seria ainda mais caro.

A ligação ferroviária em questão foi apenas um dos pontos tratados, já que a implantação de outros trechos está com a negociação mais adiantada. Um deles é a conclusão da ligação entre Maracaju (MS) e Paranaguá. Segundo Gomes, esse é um grande desafio para o desenvolvimento do estado, já que o único acesso por trilhos ao porto é através de uma linha construída ainda no período imperial. A Ferrovia Norte-Sul já tem trechos concluídos na região Centro-Oeste. No próximo dia 9 de abril, o presidente Lula deve inaugurar a linha entre Colinas do Tocantins e Guaraí (TO), segundo informações da Valec.

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