Aprovado em primeira discussão na terça-feira (10), o projeto de lei municipal que pretende abrir espaço para exibição de filmes educativos contra o uso de drogas, álcool e cigarro nos cinemas de Maringá, deve voltar à pauta da Câmara Municipal na próxima terça (17). O texto é de autoria da vereadora Marly Martin Silva (DEM). Ela acredita que o projeto será confirmado na próxima sessão. Contudo, a execução da lei poderá esbarrar em problemas de viabilidade técnica. As inserções seriam exibidas antes das sessões dos filmes.
A intenção da proposta é alertar os jovens que frequentam as salas de cinema sobre os perigos e consequências do uso de drogas, lícitas ou ilícitas. "É uma luta para melhorar a qualidade de vida e de saúde dos jovens", disse Marly. A vereadora explicou que a lei será mais um instrumento contra o consumo de álcool, que vai se juntar a outras medidas, como a já aprovada "Lei Seca do Vestibular", e a lei que tenta limitar o horário de funcionamento de bares, em discussão há cerca de três anos.
Uma emenda do vereador Heine Macieira (PP) vai limitar o tempo de exibição para um minuto. "Antes tínhamos pensado em cinco ou dez minutos, mas isso iria onerar os cinemas", disse a vereadora. Segundo ela, os filmes devem ser produzidos por agências de publicidade e pagos pelo executivo. Depois de aprovado, o texto da proposta segue para sanção ou veto do prefeito.
Viabilidade
Carlos Mauricio Sabbag, programador dos cinemas Cinesystem, em Maringá, apoia a ideia, mas diz que os empresários do setor não foram consultados sobre o assunto. Maringá conta com duas empresas de cinema e com nove salas de exibição.
"O material terá que ser enviado em película de cinema de 35 milímetros, pois é a única forma que temos de exibir", disse Sabbag sobre a viabilidade da exibição dos filme educativos. Segundo ele, os cinemas terão de limitar o tempo dos trailers para abrir espaço para as inserções.
Cada cópia de um filme de trinta segundos a um minuto, gravado em película de cinema, custa entre R$5 mil e R$8 mil, já com despesas de produção publicitária. As cópias devem ser coladas ao filme que será exibido na sequencia, sendo necessário uma cópia por sala e por filme. Ou seja, se três filmes estão sendo exibidos em uma sala de cinema durante um período, são necessárias três cópias apenas para aquela sala. "As películas se deterioram com facilidade. Dentro de dois ou três meses é preciso que sejam trocadas", disse Sabbag.
Proposta nacional
Em novembro de 2007, o deputado federal Roberto Brito (PP/BA) apresentou um projeto semelhante na Câmara dos Deputados. O texto dispõe sobre a obrigatoriedade de exibição de filmes educativos de curta-metragem nas salas de cinema. Em junho do ano passado o projeto terminou se der apreciado pela Comissão de Educação e Cultura e agora espera abertura na pauta para ser posto em votação.