A renda de cada classe
A metodologia adotada no estudo considera, além de bens e acesso a serviços, as seguintes faixas de renda para determinar a classe social:
A1: R$ 7 mil ou mais
A2: R$ 4 mil
B1: R$ 3 mil
B2: R$ 2,5 mil
C1: R$ 2 mil
C2: R$ 1,5 mil
D e E: Abaixo de R$ 1 mil
Socióloga alerta para pobreza de municípios vizinhos
A coordenadora do Observatório das Metrópoles, órgão que estuda problemas urbanos, a socióloga Ana Lúcia Rodrigues, alerta para o fato de que, apesar da boa condição de Maringá, os municípios vizinhos têm muitos problemas sociais.
"Nada se explica em relação a Maringá se não for considerado também o seu entorno. Há, de fato, uma pujança econômica concentrada no município-polo, que incorpora acpopulação que tem capacidade de consumo e investimento. Mas é preciso ter noção de que as questões sociais estão concentradas no entorno", diz.
Como exemplo dessas cidades, ela cita Sarandi e Paiçandu, ambas na Região Metropolitana de Maringá.
A população de Maringá está migrando das classes baixas e médias para as classes altas. É o que aponta um estudo realizado pelo departamento economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e divulgado nesta sexta-feira (12). O trabalho mostra que, em 2009, houve crescimento das classes A e B, e redução das classes C e D. O estrato classificado como E praticamente não existe mais no município.
A pesquisa classifica os moradores conforme os bens que possuem, como imóveis e carros; e os serviços a que tem acesso, tal qual a internet. O resultado é cruzado com a média de renda dos habitantes, de forma a se checar as informações. Trata-se, segundo os pesquisadores, de uma metodologia adotada internacionalmente.
No ano passado, a classe que mais cresceu foi a A2, cuja renda média gira em torno de R$ 4 mil - veja box ao lado com o rendimento de cada estrato. Já a classe C2, que tem renda média de R$ 1,5 mil, foi a que mais diminuiu, o que indica que há um processo de migração de um nível para outro.
O estudo atribui o resultado ao crescimento da oferta de crédito e à isenção fiscal que facilitou a compra de itens como carros e geladeiras. "As políticas governamentais de incentivo são em grande parte responsáveis por este aumento, que pode ser explicado por algumas medidas políticas como a redução do IPI, que incide, entre outros, sobre os computadores, automóveis e freezer, proporcionando que uma maior parcela da população tenha acesso a estes bens", diz um trecho do trabalho.
Além disso, as classes B, C e D tiveram aumento expressivo do poder de compra (sobretudo as duas últimas), enquanto o estrato A sofreu pequena queda nesse aspecto, que pode se explicar por conta da crise econômica. Há ainda outro dado importante: nas últimas duas edições da pesquisa, que é feita anualmente, o número de moradores classificados na classe E é insignificante.
Mas, apesar da boa notícia, o coordenador do estudo, Joilson Dias, diz que, dependendo do comportamento da economia, essa tendência pode se inverter. "A classe social é um movimento constante. A pessoa pode reduzir padrão de vida, tendo de vender bens, assim como pode arrumar outra fonte de renda e melhorar nessa escala."
Já o sociólogo Marcelo Francisco de Assis, que atua no Observatório das Metrópoles, diz que é pouco provável que a classe E esteja extinta na cidade. "É claro que houve melhora, mas ainda existem muitas pessoas, nos bairros mais pobres, que tem renda abaixo de mil ou mesmo quinhentos reais."
Maioria pertence à classe B2
A maioria dos maringaenses pertence à classe B2, cuja renda é de R$ 2,5 mil. Cerca de 30% dos habitantes da cidade estão nessa situação. Em seguida vêm as classes C1 e B1. O estrato mais abastado, o A1, é o menor de todas, abrangendo menos de 3% das pessoas.
Dias diz que a posição da cidade é privilegiada em relação ao restante do país, onde predomina a classe C. "Maringá é um polo de educação. Por isso, produz profissionais de alto nível, que abastecem o setor de serviços, que é o que mais cresce no Brasil. Isso também cria mais profissionais liberais e mais empresários, o que aumenta a oferta de empregos", diz.
Os dados considerados na pesquisa foram obtidos in loco, em entrevistas feitas ao longo de três meses. Mais de 1,5 pessoas foram ouvidas.
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