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Arroz, fubá e carne moída são os únicos alimentos dos pacientes do Hospital Municipal

Portas fechadas, frota sucateada, hospital sem remédios. Foi assim que o ex-prefeito, Djalma Ferreira de Aguiar (PTB), deixou a prefeitura da cidade de Nova Tebas, 164 quilômetros de Maringá. "Para entrarmos nos departamentos e abrirmos os arquivos das licitações, precisamos chamar um chaveiro", disse a prefeita eleita, Heloísa Jensen (PRTB), em entrevista ao Paraná TV 1ª edição.

De acordo com Pedro Lourenço, chefe de gabinete da prefeita, vão ser precisos pelo menos 90 dias para que a prefeitura volte a trabalhar normalmente. Na porta do prédio existe um aviso comunicando que os funcionários e a nova administração estão trabalhando apenas em expediente interno.

Dos 15 ônibus da frota da cidade, de cerca de 8,5 mil habitantes, apenas 1 está funcionando. Os demais se encontram com janelas quebradas, motores danificados e sem condições de uso. "O carro do gabinete está sendo usado pelo hospital para atendimentos de emergência", disse Lourenço. Ele contou também que a prefeitura precisou locar outro veículo para atender a área da saúde.

Também está sendo realizado um levantamento do patrimônio público para verificar se computadores e equipamentos foram furtados. "Não podemos afirmar com certeza, mas tem muito poucos computadores na prefeitura pela demanda", disse o chefe de gabinete. A nova administração vai pedir que o calendário escolar seja alterado e que as aulas comecem apenas em março. "No início de fevereiro não teremos condições de ofertar transporte escolar", disse.

Outra situação que a cidade está vivendo é a incerteza do recebimento dos salários dos funcionários públicos. Os cheques do 13º salário foram bloqueados no banco e estão sendo pagos pessoalmente, depois que são verificados na prefeitura. "O salário de dezembro não temos como pagar, pelo menos por enquanto", afirmou Lourenço, explicando que a nova prefeita se comprometeu a resolver a situação até 23 de janeiro. O pagamento dos fornecedores também foi suspenso.

Os cinco postos de saúde dos distritos também estão fechados. Segundo Orlando Nascimento, secretário de Saúde, existe uma defasagem de 90% no estoque de medicamentos na farmácia do Hospital Municipal. Para alimentação, os pacientes só contam com arroz, fubá e carne moída, disse uma das cozinheiras.

O ex-prefeito Aguiar não participou da cerimônia de entrega de cargo e desapareceu da cidade desde então. Aguiar tentou ser reeleito na cidade, mas ficou em último lugar na disputa entre três candidatos. Ele não foi encontrado pela reportagem para comentar o assunto.

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