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O Ministério Público Federal (MPF) investiga a denúncia de estupro contra duas alunas de 11 e de 12 anos de um colégio estadual de Paranavaí, no Noroeste do Paraná. Dois presidiários que cumprem pena em regime semiaberto na Colônia Penal Industrial de Maringá (CPIM) são os suspeitos. Eles trabalham no Instituto das Águas, que fica ao lado da instituição de ensino. Outros 14 detentos do CPIM, que prestam serviço no mesmo local, também serão investigados. De acordo com o delegado da Polícia Civil de Paranavaí, Gustavo Vieira Bianchi, a direção do colégio acionou a Polícia Militar (PM), sob a alegação de que detentos estariam pulando o muro para assediar alunas. Uma estudante teria confessado aos professores que manteve relações sexuais com um dos presos. Uma outra disse ter beijado um detento.

As duas foram ouvidas na delegacia, acompanhadas das mães, e confessaram os abusos. Os dois presos foram interrogados na tarde de terça-feira (5) e negaram as acusações. No entanto, segundo o delegado, diante da afirmação das duas meninas e dos depoimentos dos professores, os homens serão indiciados por estupro de vulneráveis.

O procurador do MPF em Paranavaí, Raphael Otávio Bueno Santos, disse, em entrevista à Gazeta Maringá, que o caso está sendo analisado em caráter de urgência. Segundo ele, o estado será cobrado por não vigiar os presos, que eram cuidados apenas pelos funcionários do Instituto de Águas - o que, para ele, não garante a segurança.

"Fiquei estarrecido com o fato. Fica claro que esses detentos não podem trabalhar ao lado da escola. Se eles tinham tempo de invadir o local, prova que não estavam prestando serviço e o estado nem sequer fiscaliza", enfatizou o procurador, que garante que entrará com ação pedindo a transferência de todos os detentos para outro local de trabalho.

À reportagem, a direção do Instituto das Águas afirmou não ter sido notificada oficialmente e garantiu que a fiscalização dentro do local de trabalho existe. No entanto, informou que, durante o horário de almoço, alguns detentos vão para as ruas e, neste caso, os funcionários do instituto não têm controle. Na manhã desta quarta-feira (6), os presos continuavam trabalhando no local, menos os dois acusados, que retornaram a Maringá.

A direção da Colônia Penal Industrial de Maringá (CPIM) foi procurada pela reportagem, mas, até as 11h50 desta quarta-feira (6), ninguém atendeu aos telefonemas.

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