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Familiares dos presos fazem vigília em frente ao Centro de Detenção Provisória de Maringá | Ivan Amorin/Gazeta do Povo
Familiares dos presos fazem vigília em frente ao Centro de Detenção Provisória de Maringá| Foto: Ivan Amorin/Gazeta do Povo

As obras de reforma das celas destruídas durante a rebelião de presos no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Maringá, na última segunda-feira (2), vão interromper os dias de visita dos presos. Engenheiros da Secretaria de Obras Públicas do Paraná (Seop) estiveram no local para fazer o levantamento da reforma dos 20 cubículos que ficaram destruídos. Na tarde desta quarta-feira (4), o coordenador geral do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), Cezinando Vieira Paredes, disse que as reivindicações dos presos, feitas durante a rebelião, não devem ser atendidas.

Segundo o coordenador do Depen, ainda não há um valor definido para a reforma das celas, mas as obras devem começar ainda nesta semana. "Muita coisa foi destruída, principalmente camas e tanques de lavar roupas que os presos quebraram para tirar as vigas de ferro para usar como estoque", disse Paredes. "Em razão das obras, as visitas vão ser suspensas por tempo indeterminado."

Os presos reivindicavam maior tempo no solário, televisões nas celas e visitas íntimas, mas, de acordo com Paredes, não existe possibilidade de alguma delas ser atendida em curto prazo. "Para que eles tenham visita íntima seria necessária uma construção de uma área só para isso. Para colocação dos televisores, as celas precisariam ter tomadas e não existe fiação elétrica. Toda a estrutura teria que ser revista. Temos alguns estudos, mas não passa disso", afirmou.

Mais da metade dos 897 presos do Centro Provisório (com capacidade para 900 pessoas) deveria estar numa penitenciária, mas não há vagas disponíveis no sistema penitenciário.

Familiares

Uma das reclamações dos familiares dos presos é a falta de informações no CDP sobre o estado de saúde dos detentos. Paredes afirma que as famílias foram atendidas assim que solicitaram a informação no portão do CDP. "Eles dão o nome do preso que os agentes informam", disse.

Apesar da afirmação do coordenador, as famílias continuam em frente ao CDP e garantem que desde o tumulto não receberam nenhuma informação sobre os parentes detidos. "Ninguém informou nada. Faz dois dias que estamos de plantão no portão do CDP e ninguém disse nada", reclama Adriana Morato de Paula, esposa de um detento.

Os parentes das vítimas não pretendem sair da frente do CDP. "Enquanto alguém não nos atender, não vamos arredar o pé daqui", afirma Adriana.

Tumulto

A rebelião começou na tarde de segunda-feira (2) e só acabou cinco horas depois com a chegada da tropa de choque da Polícia Militar (PM). Cerca de 20 presos ficaram feridos por tiros de balas de borracha e mordida de cães. Segundo a polícia, nenhum preso foi ferido gravemente.

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