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O CFM (Conselho Federal de Medicina) afirmou hoje (6) que os médicos brasileiros "tentaram" ir para cidades do interior, por meio do programa federal Mais Médicos, mas foram direcionados a regiões metropolitanas ou capitais.

Balanço divulgado hoje pelo Ministério da Saúde indicou que 51,8% dos 938 médicos confirmados no programa serão destinados a capitais ou cidades metropolitanas e, assim, não atuarão em cidades do interior, que também sofrem de grande desassistência de profissionais na rede pública.

Das 3.511 cidades inscritas no programa, 2.028 foram ignoradas pelos médicos da primeira chamada do programa - todos que já atuam no país; os médicos que atuam no exterior ainda estão em processo de seleção no programa.

Segundo o CFM, relatos recebidos pela entidade indicam que "apesar de mostrarem disposição para trabalhar em cidades do interior, consideradas de difícil acesso, os profissionais não tiveram suas inscrições homologadas para essas cidades, tendo sido lotados em capitais ou regiões metropolitanas".

O conselho cita dois casos específicos de problemas na inscrição e afirma que há queixas de outros médicos.

A primeira chamada do programa Mais Médicos vai fixar 938 profissionais em 404 cidades do país. Ou seja, atendeu a apenas 6% do total de médicos demandados por municípios ao governo federal e a 11,5% das cidades inscritas no programa.

A primeira listagem foi feita com médicos formados no Brasil ou que já têm autorização para atuar no país. A próxima etapa será oferecer as vagas não preenchidas a médicos que hoje atuam no exterior - fechando, então, a primeira rodada do programa.

Essa primeira rodada do programa recebeu o cadastro de 18.450 médicos, tanto dos que atuam no Brasil quanto dos que trabalham no exterior. Por outro lado, 3.511 cidades do país fizeram ao governo uma demanda por 15.460 médicos.

Empurra

Em lados opostos da batalha em que se transformou o programa Mais Médicos, Ministério da Saúde e CFM (Conselho Federal de Medicina) encontram explicações diferentes para o grande número de pré-inscrições e desistências.

A entidade dos médicos critica falhas no sistema do governo, que teriam atrapalhado - possivelmente de propósito - a inscrição dos médicos brasileiros. E diz que a falta de garantias trabalhistas previstas pelo programa - como FGTS e carteira assinada - espantou o interesse dos profissionais.

Já o ministério nega falhas e indica a ocorrência de um boicote da parte dos médicos. Segundo a pasta, mais de 7 mil pré-inscrições apresentaram inconsistências no número do CRM (Conselho Regional de Medicina) registrado pelo candidato e, em 90% dos casos, o número era formado por zeros e traços.

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