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O oficial do Programa em Prevenção ao Crime do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) no Brasil, Nívio Caixeta do Nascimento, é esperançoso quanto à melhora da polícia brasileira. "Quando se analisa a história da instituição no mundo, percebe-se que as mudanças são gradativas. Não se altera uma corporação com cerca de 500 mil pessoas do dia para a noite." Ele acredita que a alteração na matriz curricular da formação dos policiais, feita pela Senasp, foi um grande passo e que agora é preciso melhorar o controle externo e interno. "As corregedorias em muitos estados são frágeis, há pouco pessoal qualificado para processar os casos e as investigações ocorrem depois que os desvios já aconteceram, não há prevenção."

Para Sílvia Ramos, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) da Universidade Cândido Mendes, o caminho para contar com uma polícia de qualidade está na aproximação com a comunidade. "A rádio-patrulha, que chega ao local do crime depois que ele ocorreu, já está defasada. Precisamos de programas que punam aqueles que agem de forma violenta e são corruptos. Estas atitudes não podem ser premiadas."

O "contrato" da polícia com a sociedade também precisa ser claro. Hoje, a maior parte da população não sabe quais são os limites dos policiais e quando há um desrespeito da lei. Para o sociólogo Michel Misse, coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), essa transparência é necessária para mudar a forma como a população vê a instituição. "É necessário uma política única de segurança pública, que seja contínua e de longo prazo". (PC)

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