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A menina de 8 anos que foi sequestrada pela prima e passou 14 dias em cativeiro visitou nesta quinta-feira (2) o serviço de emergência da Polícia Militar na Luz, na região central de São Paulo. Ela agradeceu aos policiais que colaboraram para retirá-la do cativeiro na madrugada de domingo (28) e deu o nome deles a dois brinquedos que ganhou nesta manhã.

A soldado Elenice Gonçalves Lousada Diz foi quem atendeu a ligação da garota por volta da 1h de domingo. Inicialmente, ela pensou que se tratava de um trote, mas, no decorrer da conversa, ela compreendeu que a garota estava mesmo em uma situação de perigo. "As crianças ligam mesmo dizendo que estão sequestradas e que tem briga na rua. Ela falou o nome dela e o da mãe. Observei que ela estava falando sério e que podia ser uma ocorrência de gravidade", afirmou.

A PM conduziu a conversa durante cerca de oito minutos na tentativa de ajudar a garota a encontrar o endereço do cativeiro. "Ela disse que não sabia onde estava. Pedi para ela procurar uma conta de luz, de água, e pensei: não vou desligar", disse a soldado. A ligação foi transferida para o sargento Edson José de Oliveira, supervisor do serviço de emergência.

"O número de celular da família que ela me forneceu não atendeu. Ela me disse que o outro número que a família possuía estava no aparelho que ela estava usando. Tive, então, que desligar. Esse foi o momento mais tenso do atendimento", contou o sargento.

O sargento ficou admirado com a esperteza da garota. "Ela estava em um quarto escuro, mas ela não quis acender a luz para não chamar a atenção de ninguém. Ela usou uma lanterna para tentar nos ajudar a localizá-la", disse.

A criança, como ela contou para a reportagem do G1 nesta manhã, chegou a ler em um envelope algumas letras. "Porém, não fazia sentido, o que não desmerece o esforço da menina", contou o sargento. Um pouco depois, através de um segundo número de celular fornecido pela menina, os policiais conseguiram falar com uma irmã dela. Um primo da menina já tinha conseguido o endereço do cativeiro, que era na casa do namorado da prima.

Depois do sufoco, a garota aprovou a visita desta quinta. A garota ganhou de presente um urso de pelúcia e uma boneca e quis homenagear os dois policiais que a ajudaram. "Eles me mostraram um monte de coisas aqui. Eu gostei dos policiais por isso eu dei o nome deles para os meus presentes. Meu urso vai se chamar sargento Oliveira e a minha boneca, soldado Elenice", contou à reportagem.

"Dá um aperto no coração quando se trata de uma criança. Mesmo com todo preparo, eu sou mãe e me coloquei no lugar da mãe dela. Minha vontade era chegar ao cativeiro o mais rápido possível", disse a soldado, que é mãe de dois filhos.

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