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A gravidez da menina de 9 anos, que teria sido abusada pelo padrasto, foi interrompida na manhã desta quarta-feira (4). Segundo o diretor médico do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, da Universidade de Pernambuco (Cisam/UPE), Sérgio Cabral, os dois fetos foram expelidos.

Cabral informou que o procedimento foi realizado com autorização da mãe e consentimento da menina, seguindo protocolo recomendado pelo Ministério da Saúde em casos de gravidez de risco ou decorrente de violência sexual. "Nós entendemos que a menina se encaixava em ambos os casos", disse o médico.

Para o procedimento, os médicos usaram um medicamento que provoca contrações do útero, induzindo a expulsão do feto. Segundo Cabral, a menina passa bem e ainda está no centro cirúrgico, onde deve aguardar um período de jejum, de oito a doze horas.

Após esse tempo, deverá ser realizada uma curetagem uterina (processo que realiza a limpeza do útero), prevenindo infecções posteriores.

A menina foi levada ao Cisam após receber alta no Instituto Materno Infantil de Pernambuco (Imip), na noite da terça-feira (3).

Denúncia

O advogado da Arquidiocese de Olinda e Recife, Márcio Miranda, deve oferecer ao Ministério Público de Pernambuco, ainda nesta quarta-feira, denúncia contra a mãe da menina. A criança teria sido abusada por seu padrasto, que está preso. Segundo o advogado, a mãe estava sendo orientada por entidades, para que o aborto fosse feito. "Essas organizações poderiam orientar e tentar ajudar a mãe o máximo possível para que a gravidez fosse levada adiante, até o momento de uma cesariana", diz Miranda. "É a lei de Deus, ‘não matarás’. Consideramos que é um assassinato."

Miranda defende ainda que o aborto causará grave impacto na vida da criança. Risco

Na última quinta-feira (26) a menina foi levada ao Imip, onde fez exames que constataram a gravidez de 15 semanas. Segundo a assessoria da instituição, no sábado (28), a mãe da criança pediu para que o aborto fosse realizado.

O Imip deu entrada ao processo e uma equipe de médicos e psicólogos começou a preparar a menina para o procedimento. Na terça-feira, o pai biológico da menina grávida solicitou que o aborto não fosse feito.

A equipe médica interrompeu o processo, aguardando consenso por parte da família. Ainda na terça-feira, a mãe da menina pediu ao hospital que liberasse sua filha, afirmando que se responsabilizaria pelos cuidados. Depois, a garota deu entrada no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, onde a gravidez foi interrompida.

Segundo o Imip, como não havia risco de vida imediato para a menina, ela foi liberada. Entretanto, a assessoria informou que a gestação era considerada de alto risco por causa do porte da criança, que tem 1,33 metro e 36 quilos.

A polícia diz que a menina sofria violência sexual desde os 6 anos. O padrasto também é suspeito de abusar da enteada mais velha, uma adolescente de 14 anos.

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