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Polícia passou a noite na casa da família, em São Paulo, onde cinco pessoas foram mortas | Danilo Verpa/ Folhapress
Polícia passou a noite na casa da família, em São Paulo, onde cinco pessoas foram mortas| Foto: Danilo Verpa/ Folhapress

Lacunas

Ainda há lacunas na investigação. A principal é como o menino conseguiu matar os quatro familiares sem despertar reação. A principal hipótese é que ele tenha sedado os parentes. Exames toxicológicos devem demorar um mês. O filho de Bernardete Oliveira da Silva contou à polícia que ela era depressiva e tomava remédios. O tio de Marcelo disse à polícia que o garoto era destro, o que mudaria os rumos da investigação, já que o revólver estava na mão esquerda, mesmo lado onde teria sido dado o tiro suicida. A polícia afirmou que familiares e professores confirmaram que o jovem era canhoto. E o exame residuográfico não detectou pólvora na mão de Marcelo.

Outro caso

Filho de policial militar se mata com a arma do pai

Filho de um policial militar, um menino de 10 anos se matou com um tiro na cabeça ontem à noite, na Freguesia do Ó, em São Paulo, após discutir com as irmãs. Ele usou a arma que estava no bolso do casaco do pai, que trabalha no complexo administrativo da PM. Jair Soares Rosa, 41 anos, disse que sempre guardou a arma dentro do armário do quarto, mas ele estava desmontado, e a pistola teria ficado na jaqueta. O menino foi morar com o pai e a madrasta depois que a mãe morreu, há cinco meses. Segundo o boletim de ocorrência, desde então a criança tinha comportamento rebelde e passava por atendimento psiquiátrico.

O delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, Itagiba Franco, disse ontem que estão praticamente descartados outros suspeitos para a chacina que deixou cinco mortos na zona norte de São Paulo que não seja o estudante Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, de 13 anos. "Respeitamos a família, mas vamos trabalhar e, se comprovarmos que foi o menino, paciência", disse.

Na madrugada de ontem, policiais acharam na casa três armas que estavam guardadas. "Se alguém de fora da família tivesse entrado, certamente teria levado as armas", afirmou o delegado.

Ele também confirmou que havia sangue na roupa do garoto. "As roupas das vitimas estavam ensanguentadas, mas não havia nada no chão, nem pegadas. As manchas estavam resumidas às vítimas, colchões e travesseiros. Nada nas paredes, no chão".

Segundo Franco, o menino usava uma camiseta branca, com sangue dele. Não haveria sangue de outras vítimas. Seria a mesma camiseta que o rapaz usava sob a jaqueta que ele veste no vídeo que o mostra chegando a sua escola, na zona norte da cidade.

O delegado afirmou que a família já estava morta quando o menino dormiu no carro. "O menino tinha una doença, tomava remédios. Você acha que os pais deixariam a criança passar a noite toda fora, e não eram desleixados? Ele [Marcelo] sabia que eles estavam mortos. Isso é evidente."

Franco disse desconhecer a informação, dada por um comandante da Polícia Militar, de que a cabo havia colaborado nas investigações sobre PMs envolvidos em roubo de caixas eletrônicos. "Ontem, o comandante-geral da PM disse que isso foi investigado e que nada foi comprovado."

Sobre informações de que Marcelo tinha um hematoma no braço, o que indicaria uma agressão, o policial disse "que isso só será possível saber após a conclusão do laudo pericial".

Exames no carro da mãe do estudante, Andréia Regina Bovo Pesseghini, de 36, cabo da PM, também constataram a presença de um par de luvas no automóvel. O veículo teria sido usado pelo estudante para ir à escola. Trata-se de mais um elemento que aponta para a autoria do crime.

Ontem, o comando da PM informou que Andreia havia denunciado o envolvimento de policiais militares em roubos a caixas eletrônicos, mas a polícia descartou qualquer relação disso com o crime.

Mãe teria dito que garoto não passaria dos 18

Folhapress

O Colégio Stella Rodrigues, onde estudava Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, de 13 anos, divulgou ontem uma nota na qual afirma que Andreia Regina Pesseghini, 36 anos, mãe do garoto, teria dito que o filho "talvez não tivesse expectativa de vida além dos 18 anos", ao matriculá-lo na escola em 2006, quando o menino tinha 5 anos.

Após a morte do estudante e de quatro integrantes de sua família, a escola decidiu suspender as aulas nesta semana e retornar as atividades na próxima segunda-feira, quando alunos, professores e funcionários também passarão a ter orientação psicológica.

Ainda segundo o colégio, Marcelo Eduardo frequentou normalmente as aulas na segunda-feira. A direção do Stella Rodrigues informou ainda que ele era um menino "dócil, alegre e com boas relações" tanto com os colegas de sala como com os professores. Os pais do menino também eram presentes na vida escolar do menino.

A nota diz ainda que o bilhete que foi encontrado pela polícia na mochila de Marcelo é referente a um pedido para os pais enviarem documentos para atualizar o prontuário do estudante. Segundo a unidade, o pedido foi encaminhado para vários alunos.

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