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Foz do Iguaçu - Mesmo com o reforço de 200 policiais, empenhados em investigar a chacina de Guaíra, os traficantes de drogas e contrabandistas da região parecem continuar sua rotina na fronteira com o Paraguai. Em patrulhamento pelo Rio Paraná, em Foz do Iguaçu, agentes federais da Delegacia Especial de Polícia Marítima (Depom) prenderam ontem em flagrante dois homens e apreenderam um adolescente, todos paraguaios, no momento em que se aproximavam da margem brasileira. Eles estavam carregados de mercadorias contrabandeadas do Paraguai.

De acordo com a Polícia Federal, a operação de fiscalização era de rotina. Já nas primeiras horas de incursão pelo rio, os policiais identificaram cinco embarcações de madeira, já sem as mercadorias, no chamado Porto do Barba. Os suspeitos tentaram fugir, mas acabaram detidos.

"Temos aqui não apenas um problema de polícia, mas um grave problema social. Os principais estímulos são a proximidade com o Paraguai e o controle insuficiente, que torna a região um corredor de acesso livre ao ilícito", avalia o professor e sociólogo José Afonso de Oliveira.

Segundo o especialista, a onda de violência que culminou com a morte de 15 pessoas na tarde de segunda-feira em Guaíra é decorrência do aumento de fiscalização na região de Foz. E mais: poderia ter sido evitada. "Não podemos dizer que a morte de tantas pessoas de uma só vez era esperada. Mas a inclusão de cidades da região nos levantamentos de violência do país deveria servir de alerta para as autoridades", aponta Oliveira.

O delegado da Polícia Federal em Guaíra, Érico Saconato, discorda da Secretaria de Segurança e afirma que a chacina não foi um fato isolado. "Guaíra foi apontada como uma das cidades mais violentas do estado, segundo pesquisas recentes. Isso está diretamente relacionado ao aumento do tráfico e do contrabando." O delegado também afirma que falta maior presença do estado na cidade. "A instalação de uma Vara da Justiça Federal aqui é fundamental", diz ele.

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