• Carregando...
Cartão tradicional também poderá ser usado para a tarifa domingueira, de R$ 1,50 | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Cartão tradicional também poderá ser usado para a tarifa domingueira, de R$ 1,50| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Inovação

Integração temporal ainda esbarra nos custos financeiros

As mudanças na bilhetagem eletrônica não facilitam apenas o acesso e recarga dos cartões transporte, mas permitem que sejam discutidas mudanças na modelagem tarifária, como a integração temporal e tarifas diferenciadas conforme horário. Nesse primeiro momento, também não se fala em aumento de receita, mas em contenção de custos.

Para Roberto Gregório da Silva Junior, presidente da Urbs, o sistema de Curitiba e região tem características próprias, como a integração metropolitana com tarifa única e o uso de terminais para integração física. "A integração temporal assim como a metropolitana, implica o maior uso do transporte sem ter receita adicional. Isso tende a ter um aumento de despesas operacionais", pondera.

O contrato de concessão do sistema urbano de ônibus determina que a remuneração das concessionárias é feita de acordo com o número de passageiros pagantes equivalentes (que considera os usuários que pagam tarifa cheia e o passe escolar) multiplicado pela tarifa técnica. Grosso modo, a implantação da integração temporal pode fazer com que uma pessoa use mais ônibus que habitualmente, o que não seria repassado para as empresas. Por sua vez, as concessionárias podem requerer reequilíbrio econômico-financeiro do contrato.

Hoje cerca de 7% dos usuários ainda não são atendidos pela integração física em terminais e estações. Para ajudá-los, algumas linhas têm integração temporal. É o caso do Interbairros I, que permite a qualquer passageiro usar outro ônibus do sistema dentro de duas horas a partir do momento em que o cartão é passado no validador. Essa modalidade também está liberada em cinco estações da Linha Verde; na estação Santa Quitéria, que recebe os usuários da linha Vila Velha/Buriti; e nas linhas Raposo Tavares e Jardim Ipê.

Previsível

Para o Sindimoc, o fim do dinheiro em micro-ônibus era previsível.

Segundo o vice-presidente da entidade, Dino Almeida, se não fosse esta a alternativa, modificações teriam de ser feitas nos veículos para criar espaço aos cobradores. "Até o momento a gente não tinha visto nenhuma empresa fazer estas adaptações, então já suspeitávamos que seria esta a medida", declarou.

Cartões antigos

Quem tem cartão transporte feito antes de agosto de 2010 e que ainda não foi convertido para o sistema implantado naquela época, deve ficar atento. Segundo a Urbs, são 1,4 milhões de cartões nessa situação. Se o usuário não fez conversão, mas realizou a carga de crédito na tesouraria da Urbs não precisa se preocupara, porque a conversão foi automática. Quem precisar fazer, deve ir até a Urbs. O processo é simples e dura pouco tempo, apenas o necessário para passar o cartão no validador do órgão.

Em três semanas, qualquer pessoa poderá comprar um cartão-transporte e recarregá-lo em bancas de jornais. Além do cartão de usuário, que exige o cadastro, um modelo chamado avulso estará disponível, ao custo de R$ 3, para turistas e usuários ocasionais do sistema. A mudança faz parte de um pacote de melhorias no sistema de bilhetagem eletrônica da Rede Integrada de Transporte (RIT) anunciado pela Urbs ontem.

INFOGRÁFICO: Veja como fica a situação com o uso apenas do cartão de transporte

A medida também resolve uma determinação da Justiça do Trabalho que veda a dupla função do motorista-cobrador em micro-ônibus. A partir de 1.º de agosto, com a ampliação dos pontos de venda e recarga, só os usuários que tiverem cartão entram em 62 linhas de alimentadores.

Prevendo um possível aumento na demanda por cartões, a Urbs anunciou três postos volantes e atendimento aos sábados nos locais que já confeccionam o bilhete. Na próxima semana, o órgão divulgará quais os 23 postos de venda que terão os cartões avulsos a partir de 1.º de agosto. A ideia, explica o presidente do órgão, Roberto Gregório da Silva Junior, é utilizar as bancas de jornais e revistas, que são permissionários da prefeitura, para capilarizar esse sistema.

De acordo com Gregório, desde 2013 uma comissão interna avalia as funcionalidades do cartão-transporte, que é usado por 1,1 milhão de pessoas, cerca de 55% do total de usuários do transporte coletivo. "Ficou claro e evidente que era preciso um processo de ampliação dos pontos de venda e da opção avulsa, para oferecer mais comodidade ao usuário", explica. O início modesto é para avaliar a necessidade de possíveis ajustes, mas a Urbs já mira em outros benefícios que serão atingidos com a medida.

"A gente vai dispensar investimentos que seriam necessários para adaptar ônibus e reduziremos custos operacionais", diz. A Urbs estimou que a adaptação dos 150 ônibus que operam sem cobrador custaria até R$ 2 milhões, para a colocação de catracas e postos de trabalho para os cobradores, além de um gasto mensal de R$ 1,5 milhão com salários.

Novidades

Um cartão avulso também estará disponível para usuários ocasionais a partir de 1.º de agosto. Diferente do cartão-transporte tradicional, que é gratuito, este será vendido por R$ 3 e poderá armazenar até 25 créditos (no dispositivo normal são até 220 créditos). O avulso também não poderá ser bloqueado em caso de extravio ou roubo. Até o fim do ano, será implantado uma terceira modalidade ainda não detalhada: um cartão-transporte pré-pago.

Para todos os usuários, outra mudança é referente à tarifa domingueira. Se hoje é preciso pagar o R$ 1,50 em dinheiro, a nova programação vai permitir que o valor descontado do cartão no domingo seja o promocional, e não mais a tarifa cheia.

Dê a sua opinião

Em que as mudanças na bilhetagem do transporte coletivo de Curitiba podem ajudar os usuários?Deixe seu comentário abaixo e participe do debate.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]