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Protesto em Porecatu: usina foi acusada de usar trabalho escravo no ano passado | Micy Santos
Protesto em Porecatu: usina foi acusada de usar trabalho escravo no ano passado| Foto: Micy Santos

Santo Antônio da Platina - Cerca de mil mulheres ligadas à Via Campesina promoveram ontem dois protestos no Norte do Paraná para marcar as comemorações do Dia Internacional da Mulher. O primeiro protesto foi realizado pela manhã em frente ao portão principal da Usina Central do Paraná, em Porecatu, onde as mulheres exigiram mais rapidez nos processos de desapropriação de áreas consideradas improdutivas. Elas também se solidarizaram com os trabalhadores rurais da empresa, que no ano passado sofreu denúncias até de trabalho escravo.

No fim da manhã, 22 ônibus levaram as manifestantes para Florestópolis, também no Norte do Estado, onde no fim da tarde as manifestantes distribuíram quase uma tonelada de alimentos em praça pública para famílias dos trabalhadores da Usina Co­­fercatu. Os funcionários da usina ficaram dois meses sem receber salários.

Os dois protestos, explica Izabel Grein, uma das coordenadoras do movimento, fazem parte de uma ampla mobilização nacional batizada de "Re­­forma Agrária e soberania alimentar contra o agronegócio e a violência no campo". Segundo Izabel, a distribuição de comida em praça pública foi um protesto contra a monocultura da cana na região, que impede a produção de alimentos. Na re­­gião, onde há três usinas de açúcar e álcool, há quase 60 mil hectares ocupados com a cultura e mais de 6 mil trabalhadores rurais que atuam no corte da cana de açúcar.

A direção da Usina Central de Porecatu disse que o movimento não atrapalhou as atividades da indústria. No ano passado, os 2,5 mil trabalhadores da usina ficaram sem receber salários durante os meses de julho e agosto. O atraso fez com que a Vara do Trabalho de Po­­re­catu determinasse o bloqueio das contas bancárias da usina para o pagamento dos vencimentos, que somavam mais de R$ 3 milhões. No total, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 6 milhões.

De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na região de Londrina há pelo menos 24 áreas agrícolas que estão sendo analisadas para serem desapropriadas, mas ainda não há um prazo para que os processos sejam concluídos.

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