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Milhares de passageiros que utilizam o transporte coletivo em Florianópolis deixaram de tomar o ônibus nesta quarta-feira (14) com medo de novos ataques, após a onda de violência no estado. A polícia de Santa Catarina prendeu 27 suspeitos envolvidos em ataques em diversas cidades ocorridos desde a noite de terça-feira (13). Vinte e dois crimes, como incêndios a ônibus, atentados a uma delegacia e a um presídio, ocorreram entre as 18 horas de terça e as 6 horas desta quarta. Os números são da Diretoria de Informação e Inteligência (Dini) da Secretaria de Segurança Pública.

A série de atentados dos últimos dias tirou a população de Florianópolis de sua rotina. Pequenos comerciantes, principalmente donos de bares noturnos, apesar de negarem toque de recolher, fecharam as portas mais cedo na terça. O clima ainda é de apreensão e medo.

Moradores que pediram para não ser identificados, principalmente do zona norte de Florianópolis, região mais afetada pelos ataques, temem que a situação fuja do controle. "Moro aqui há mais de 20 anos e nunca vi nada parecido nem na época em que eu morava em São Paulo", desabafa uma moradora do bairro Ingleses.

De acordo com a empresa de transporte coletivo Canasvieiras,o prejuízo apenas com dois coletivos incendiados - um na segunda-feira (12) e outro na terça - ultrapassa R$ 600 mil. Os ônibus não possuíam seguro.

Policiais militares passaram o dia vigiando terminais de integração nos bairros da Trindade e de Santo Antônio de Lisboa para evitar ataques em locais de grande concentração de ônibus e de pessoas.

Se a situação é complicada para a população, também é nova para os policiais catarinenses que poucas vezes são obrigados a enfrentar esse tipo de violência no Estado. Alguns profissionais já atuam sem descanso há mais de 80 horas.

Na 2º Distrito Policial, no bairro do Saco dos Limões, uma viatura da polícia civil foi parcialmente incendiada na noite de segunda-feira. No dia seguinte, bandidos avisaram por

telefone novos atentados. Na noite de terça-feira, um veículo com quatro bandidos armados passou pela rua do DP em alta velocidade disparando contra a delegacia. Houve troca de tiros com os policiais, mas ninguém foi preso. Outras ameaças por telefone foram feitas na tarde desta quarta-feira, prometendo novos ataques para a noite. Uma equipe do Departamento Estadual de Investigações Criminais DEIC passou a fazer plantão no DP durante a tarde.

Verão

Moradores e comerciantes já se preocupam com os reflexos da onda de violência no movimento da cidade, principalmente às vésperas de um feriado prolongado. A situação também pode interferir na temporada de verão em Santa Catarina. O estado recebe cinco milhões de turistas por ano. Por enquanto, não há registro de cancelamento de reservas em hotéis ou pousadas de Florianópolis.

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