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O Ministério Público (MP) em Gravataí (RS) denunciou, nesta quinta-feira (23), 12 pessoas por causa dos desdobramentos de um sequestro de dois agricultores paranaenses que terminou com a morte de um dos reféns e um policial da Brigada Militar gaúcha em dezembro do ano passado. Além dos oito integrantes da quadrilha que teria planejado o sequestro, um delegado gaúcho e três paranaenses, sendo dois delegados e um investigador do grupo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), também estão entro os denunciados.

De acordo com o MP, os dois delegados e o investigador do Tigre foram denunciados "em razão de omissão penalmente relevante com relação ao crime de extorsão mediante sequestro, por não terem evitado o crime quando podiam e deviam evitá-lo, dada a condição funcional dos policiais civis". Já a denúncia contra o delegado do Rio Grande do Sul é pela prática de homicídio qualificado, "uma vez que agiu com dolo eventual na morte do refém, quando do "estouro" do cativeiro".

Segundo o promotor de Justiça André Luis Dal Molin Flores, os oito integrantes de uma quadrilha foram denunciados por formação de quadrilha armada e extorsão mediante sequestro com resultado morte. De acordo com o MP de Gravataí, a quadrilha tinha integrantes gaúchos e paranaenses e cometeu vários sequestros no Rio Grande do Sul, atraindo vítimas do Paraná com o anúncio da venda de máquinas agrícolas. Entre os denunciados, quatro estão presos e quatro soltos.

O caso

Policiais paranaenses do Tigre foram acusados de matar o sargento Ariel da Silva no dia 21 de dezembro do ano passado, em Gravataí, quando investigavam o sequestro do agricultor Lírio Persch, que acabou morto.

Persch morreu depois que os policiais gaúchos assumiram o caso e foram atrás dos reféns. No dia 10 de janeiro, a perícia concluiu que o tiro que matou Persch saiu da arma do delegado gaúcho Leonel Carivali, da 1.ª Delegacia Regional Metropolitana, sediada em Gravataí. O policial alegou legítima defesa, já que ele disse ter ouvido barulho de estampidos no momento em que estouravam o cativeiro do agricultor.

Sobre a morte do sargento gaúcho, as investigações revelaram que houve confronto armado entre os investigadores paranaenses e Ariel da Silva. O confronto ocorreu após a tentativa de abordagem. O sargento estava à paisana e em uma moto sem identificação da polícia. Ele teria tentado interpelar os agentes do Tigre já com arma em punho e sem se identificar como policial.

Na época, o delegado-chefe do Tigre, Renato Bastos Figueiroa, defendeu a ação dos policiais paranaenses. Segundo ele, só houve confronto porque o sargento gaúcho sacou a arma enquanto seguia de moto em direção ao veículo do Tigre. "O grupo Tigre está com a consciência tranquila de ter agido de acordo com o que as circunstâncias exigiram. Tanto eu como outra equipe teria agido da mesma forma", disse em entrevista à Gazeta do Povo.

Os policiais paranaenses chegaram a ficar um mês presos durante as investigações. Eles foram soltos no dia 20 de janeiro deste ano.

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