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Senadores querem que menino fique no Brasil

As explicações do ministro-chefe da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, à Comissão de Constituição e Justiça do Senado não convenceram os parlamentares, que bombardearam o ministro com questionamentos. "Pai é quem cria", bradou o senador Agripino Maia (DEM-RN). "Ele tem um lar e um vínculo afetivo forte com a família Lins e Silva", acrescentou a senadora Patrícia Sabóia (PPS-CE).

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Brasília - O ministro-chefe da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, defendeu ontem uma solução consensual para o caso do menino Sean Ribeiro Goldman, de 5 anos, alvo de disputa com os Estados Unidos. A sugestão é que seja reconhecido o direito do americano David Goldman, pai biológico de Sean, compartilhar a guarda do menino – com liberdade irrestrita de visitas – com o padrasto brasileiro João Paulo Lins e Silva.

"A prioridade é o interesse do menino e sua integridade física e psicológica", enfatiza. Desde a morte da mãe, Bruna Ribeiro, em agosto de 2008, a criança vive com a irmã mais nova e o padrasto brasileiro, que obteve na Justiça a guarda provisória. A partir de então o pai move intensa campanha pela guarda do filho. Bruna e David casaram em 2004, mas se separaram em 2005, quando ela voltou para o Brasil e conseguiu na Justiça do Rio a guarda do filho. A luta de David para reaver o filho comoveu os americanos e acabou envolvendo até o presidente Barack Obama e a chanceler Hillary Clinton, que cobraram providências do governo brasileiro, com base na convenção de Haia, sobre sequestro de menores, da qual o Brasil é signatário.

A disputa esquentou ontem os debates da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, em sessão convocada para ouvir explicações de Vannuchi. O senador Francisco Dornelles (DEM-RJ) acusou o ministro de tomar partido do pai biológico, por pressão do governo americano. Denunciou ainda que os avós de Sean tiveram a casa invadida por agentes do consulado dos EUA no Rio, numa operação conjunta com a Polícia Federal brasileira para encontrar e extraditar o menino. Na busca, feita com ordem judicial em dezembro, a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), os policiais teriam vasculhado até debaixo da cama e dentro de armários. "Repilo qualquer ato de violência e vou tomar imediatas providências junto à PF e ao Ministério da Justiça para verificar se houve violação de direitos", promete Vanucchi.

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