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Dom Jaime Luiz Coelho foi uma das principais personalidades da história recente de Maringá | Arquivo/ Gazeta do Povo
Dom Jaime Luiz Coelho foi uma das principais personalidades da história recente de Maringá| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo

Biografia

Dom Jaime construiu a Catedral e solidificou a fé católica em Maringá

Motivado pela avó materna, que sonhava em ter um padre na família, o primeiro arcebispo de Maringá, dom Jaime Luiz Coelho, dedicou-se à vida religiosa desde a infância. Nascido em 26 de julho de 1916 na cidade paulistana de Franca, o religioso teve educação católica e estudou Filosofia e Teologia no Seminário Nacional do Ipiranga, em São Paulo.

Após os estudos preparatórios, dom Jaime foi ordenado padre em 7 de dezembro de 1941, na Catedral São Sebastião de Ribeirão Preto (SP). Um dia depois, celebrou o primeiro casamento, da própria irmã Jupira Coelho. Sessenta anos depois, celebrou as bodas de diamante dela.

Em 3 de dezembro de 1956, foi nomeado o primeiro arcebispo de Maringá, pelo então papa Pio XII. Em 20 de janeiro de 1957, ao chegar à nova cidade, foi recebido por milhares de pessoas na então pista de pouso da cidade.

Foi de dom Jaime, anos mais tarde, a ideia de construir uma catedral inspirada no modelo do foguete russo Sputnik II. O religioso convidou o arquiteto José Augusto Bellucci para, ao seu lado, conceber a ideia. As obras da Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Glória ocorreram entre 1958 e 1972 e inauguração coincidiu com o 25º aniversário de Maringá. Foram muitas as doações por parte dos fiéis: sacas de café e cereais, materiais de construção, organização de eventos beneficentes e dinheiro.

Dom Jaime explicava que o formato e a inspiração no foguete poderiam se resumir com a palavra russa "sputnik" que significava "o que se desprende da Terra e vai para o alto". Com 124 metros, a igreja é considerada o monumento religioso mais alto da América Latina e o décimo no mundo. (KF e TS)

"’In Omnibus Christus’ (Cristo em Todos) foi o seu lema episcopal: um testemunho de sua busca por reconhecer, em cada irmão e irmã, a pessoa de Nosso Senhor."

Trecho da nota de condolências divulgada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

  • Inspirada no foguete espacial

O primeiro arcebispo de Maringá, dom Jaime Luiz Coelho, morreu por volta da 1 hora de ontem, no Hospital Santa Casa, de insuficiência renal crônica, aos 97 anos. O religioso foi internado pela segunda vez em dois meses na noite de sábado e respirava com a ajuda de aparelhos. A prefeitura decretou luto oficial de três dias.

Dom Jaime foi velado ontem, a partir do meio-dia, na Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Glória. O enterro será realizado hoje, logo após a missa de corpo presente, marcada para as 18h30. O corpo será sepultado na cripta da igreja que ajudou a construir.

A Arquidiocese informou, por meio da assessoria de imprensa, que as pessoas que quiserem prestar homenagens a dom Jaime substituam as típicas coroas de flores por doações em dinheiro para as obras sociais da Igreja. As doações podem ser feitas na Catedral.

Em 20 de julho, mesmo com a saúde debilitada e com dificuldades de locomoção, dom Jaime participou da missa de envio com os jovens peregrinos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Maringá.

Personalidade histórica

Dom Jaime Luiz Coelho foi uma das principais personalidades da história de Maringá. Paulista de Franca, foi designado bispo da então recém-criada diocese de Maringá em 1956. Com a elevação de Maringá a arquidiocese, foi promovido arcebispo metropolitano em 1980.

Deixou o comando da Igreja Católica na região de Maringá em 1997, quando foi sucedido por dom Murilo Krieger. Também fundou e dirigiu a Faculdade Estadual de Ciências Econômicas, embrião da atual Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Além disso, dom Jaime teve participação fundamental em uma série de fatos importantes para o crescimento de Maringá, como a construção da Livraria Católica; a transformação do Albergue Noturno em Albergue Santa Luíza de Marillac; a criação do jornal diário Folha do Norte do Paraná; a implantação da TV católica 3.º Milênio, fundada pelo padre Gerhard Schneider; e a obra de desfavelamento do Núcleo Social Papa João XXIII.

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