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Um Corsa dirigido por um motorista embriagado invadiu o acostamento, no sentido Curitiba, onde os ciclistas pedalavam e atingiu o grupo, que estava equipados com itens de proteção, como capacetes e roupas coloridas. | Felipe Araújo/Arquivo pessoal
Um Corsa dirigido por um motorista embriagado invadiu o acostamento, no sentido Curitiba, onde os ciclistas pedalavam e atingiu o grupo, que estava equipados com itens de proteção, como capacetes e roupas coloridas.| Foto: Felipe Araújo/Arquivo pessoal

Será enterrado em São Paulo o engenheiro Eduardo Antonio, de 43 anos, vítima fatal de um acidente envolvendo outros quatro ciclistas pouco antes do meio-dia de sábado (8), na BR-277, em frente à Academia Militar do Guatupê, em São Jose dos Pinhais. Um Corsa dirigido por um motorista embriagado invadiu o acostamento, no sentido Curitiba, onde os ciclistas pedalavam e atingiu o grupo, que estava equipado com itens de proteção, como capacetes e roupas coloridas (visíveis de longe). Eduardo Antonio foi levado às pressas para o Hospital Cajuru, onde foi operado, mas não resistiu. Dois ciclistas saíram ilesos da colisão e outros dois tiveram ferimentos, mas não correm risco de morte.

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Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o exame de bafômetro feito pelo motorista apontou 0,5 mg/L de álcool no sangue, quantidade mais que suficiente para indicar crime de trânsito, e ele foi preso. Testemunhas também disseram terem visto muitas latinhas de cerveja dentro do carro. O motorista até teria tentado jogar algumas fora, mas teria sido contido pelas pessoas que tentaram socorrer as vítimas e ficaram revoltadas. Há também relatos de que ele dirigia bem acima da velocidade permitida. A Ecovia, concessionária que administra o trecho, confirmou que os ciclistas estavam no acostamento.

Felipe Araújo é o professor do grupo e conta que costumavam praticar ciclismo todos os finais de semana – alguns também pedalavam às terças e quintas-feiras, visando participar de provas de triátlon no final do ano em Florianópolis e Cartagena, na Colômbia, e disputar o Iron Man, em 2017. Eduardo Antonio, contudo, estava se dedicando mais à corrida e pretendia participar da São Silvestre, no final do ano. Mas, de vez em quando, aparecia para pedalar.

Na manhã de sábado, eles partiram às 8 horas de Curitiba e fizeram algumas vezes o trajeto até o Rio Pequeno, depois da praça de pedágio de São José dos Pinhais. Araújo comenta que os treinos de final de semana costumam ser puxados, percorrendo de 80 a 120 quilômetros, mas que desta vez optaram por uma pedalada leve, que permitiu até que fossem conversando no caminho. Uma ciclista acompanhou a pedalada, mas não aguentou o ritmo e ficou para trás. Ela viu o acidente.

Felipe Araújo/Arquivo pessoal

Faltando cerca de 20 minutos para o fim da atividade, Araújo conta que ouviu o barulho de uma batida e logo em seguida o carro veio em sua direção. Na primeira vez que o carro saiu da pista, atingiu Eduardo Antonio, que estava na parte de trás do pelotão. Ele teria sido atingido na altura do quadril, onde teve várias fraturas, e depois caiu, bateu a cabeça e ficou de bruços, desacordado e sangrando. Na sequência, o Corsa voltou para a pista e, sem controle, novamente invadiu o acostamento, atingindo os demais ciclistas.

Araújo e Alexandre Deliberador não tiveram ferimentos, mas José Antônio Schamne teve uma fratura de clavícula, e Henrique Adamczyk está estável, no Hospital Cajuru, com múltiplas fraturas de ombro, quadril, coluna e joelho. “O Henrique estava do meu lado e foi arremessado para o alto, uns dois metros, e quicou no chão duas vezes”, conta Araújo. Nas redes sociais, grupo de ciclistas estão em busca de mais pessoas que tenham presenciado o acidente e pedem que compareçam na Delegacia de São José dos Pinhais, na manhã desta segunda-feira (10). Araújo conta que os alunos sempre pedalavam no acostamento e, preferencialmente, em grupo, para serem mais visíveis. “Há ciclistas que cometem infrações, mas a maioria anda certinho”, comenta.

Casado, Eduardo Antonio deixa também uma filha de seis anos.

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