Morreu, no fim da tarde de segunda-feira (13), o arquiteto Júlio Pechmann, uma das maiores referências do Paraná em arquitetura e decoração. Aos 67 anos, mais de 40 deles dedicados à profissão, Pechmann teve uma parada cardíaca, chegou a passar quatro dias internado, mas não resistiu. O autor do projeto de mais de 200 casas e de grandes obras, como o prédio do Hospital Angelina Caron, será enterrado às 15h30 desta terça-feira (14), no Cemitério Israelita do bairro Santa Cândida.
Apontado por companheiros de profissão como dono de um estilo capaz de equilibrar funcionalidade e beleza, Pechmann é autor do desenho do Hospital Angelina Caron, de Campina Grande do Sul, região de Curitiba, considerado um dos mais modernos da região. "A UTI do Angelina Caron tem um plano de vidro enorme. Essa ideia de integrar o exterior com o interno, dentro de uma situação de uma unidade de terapia intensiva, é no mínimo inovadora", comenta o artista plástico, médico e amigo de Pechmann Carlos Eduardo Zimermann.
Ele também assinou mais de 200 casas. Uma delas é a do proprietário da Simões de Assis Galeria de Arte, Waldir Simões de Assis, que não poupa justificativas ao ser questionado sobre o porquê de escolhê-lo. "Teve um olhar muito requintado dentro da arte, introduziu uma linguagem própria na cidade, foi um homem que teve uma visão muito pessoal da arquitetura", afirma.
Formado na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pechmann já ganhava destaque desde os tempos que começou a estudar. "Já era uma referência desde que era estudante. Verdadeiro ícone da arquitetura", conta o companheiro de faculdade Jaime Bernardo. Depois de passar pelos bancos da UFPR, Pechmann firmou sua carreira e passou a assinar projetos em todo o Brasil. Teve que abrir um escritório em São Paulo para dar conta da demanda.
Perfeccionista
Sua obra refletia muito da personalidade: perfeccionista e exigente. "Por que você está sentada assim, nesta posição? Assim não chama cliente", dizia ele à amiga Zilda Fraletti, dona da galeria de arte que leva seu nome em Curitiba. Segundo Fraletti, quem não o conhecesse poderia tomá-lo como uma pessoa intransigente. "O que ele queria era ajudar. Ele achava que o que pensava era a melhor ideia. A maioria das vezes, realmente era", conta Fraletti.
A arquiteta Francis Meister, que trabalhou com ele em vários projetos, diz que a exigência dele era voltada na incessante busca do belo. "Perfeito e rápido", eram as exigências básicas de Pechmann, que também desenharam móveis e interiores.
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