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O motorista Nivaldo Ribeiro dos Santos, de 56 anos, que atropelou uma menina de 8 anos em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, na segunda-feira (2), com o ônibus escolar com o qual a levou para casa, se apresentou na manhã desta quarta-feira (4) à Delegacia de Polícia Civil do Alto Maracanã, na mesma cidade. Na ocasião do atropelamento, Santos fugiu do local, com medo de ser linchado por populares que começaram a se aglomerar.

De acordo com José Braga, superintendente da delegacia, apesar de acusado de homicídio culposo (quando não há a intenção de matar), como se apresentou espontaneamente, o motorista foi liberado após ser ouvido. Braga conta que o crime pode ter pena de um a três anos de prisão. "Segundo o código penal, ainda há agravantes em casos em que o acusado não presta socorro à vítima. Aí depende do entendimento do juiz", diz.

"No depoimento, Santos contou que trabalha há cinco anos como motorista de transporte escolar, que é legalizado junto à prefeitura de Colombo e que o atropelamento foi uma fatalidade", diz Braga. Segundo o policial, o motorista esteve na delegacia acompanhado de seu advogado, Walter Ronaldo Basso, durante todo o interrogatório.

Testemunhas disseram que Gabriely Straub da Silva desceu do ônibus e ainda conversou com uma amiga antes de atravessar a rua. A tia dela, Deise Straub Cordeiro, contou que o avô da menina, o taxista Julio Straub Cordeiro, teria batido no vidro do ônibus avisando que a criança ainda não tinha atravessado a estreita rua do bairro em direção ao portão da casa.

Na versão da defesa à polícia, o motorista estava cumprimentando Cordeiro quando começou a acelerar o veículo e, por isso, não teria visto Gabriely no momento do atropelamento. A delegada Márcia Regina Marcondes, responsável pelo inquérito que apura a responsabilidade sobre a morte da menina, convocou familiares da vítima, entre outras testemunhas, para prestar depoimento e tem prazo de 30 dias para encerrar as investigações e entregar a denúncia ao Ministério Público (MP).

Enquanto isso, segundo o superintendente da delegacia, Santos não tem impedimento nenhum para continuar a exercer a profissão.

Atropelamento

Gabriely morreu atropelada na frente da própria casa pelo ônibus escolar do qual tinha acabado de desembarcar na tarde de segunda-feira. Ela estudava na 3ª série do ensino fundamental da Escola Municipal Eny Caldeira, no bairro do Bacacheri, em Curitiba, e utilizava transporte escolar desde quando estudava no Jardim III.

O corpo de Gabriely foi retirado de baixo do ônibus pela avó dela, Irene Maria da Conceição. A menina morava com os dois avós maternos e com a mãe, e ia para a escola com Santos desde o início deste ano letivo. Segundo a tia, a menina relutou em ir para a aula na segunda-feira e disse que o motivo seria porque ela não gostava do motorista.

O enterro aconteceu na tarde de terça-feira (3) no Cemitério Jardim da Saudade, em Pinhais, também na região metropolitana. Cerca de 200 pessoas estiveram presentes. Os avós maternos não puderam acompanhar por estarem em estado de choque.

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