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Siumara de Castro Santana, que está presa desde outubro de 2004, e recebeu pena de 36 anos de prisão em regime fechado: crime hediondo, por motivo torpe, tirou vida de uma criança | Mauricio Borges
Siumara de Castro Santana, que está presa desde outubro de 2004, e recebeu pena de 36 anos de prisão em regime fechado: crime hediondo, por motivo torpe, tirou vida de uma criança| Foto: Mauricio Borges

Após 17 horas de depoimentos, debates, apresentação de vídeos e muitas interrupções em meio a um clima tenso, saiu, às 2 horas da madrugada deste sábado (21), a sentença da auxiliar de laboratório Siumara de Castro Santana, 27 anos. A leitura do veredicto dado pelo juiz João Gustavo Rodrigues Stolsis durou quase vinte minutos. A ré confessa da morte do garoto Gustavo Enrique Vogler Ribeiro, 4 anos, foi condenada a 36 anos de reclusão em regime fechado.

O júri que havia sido adiado três vezes, era o mais aguardado das últimas décadas em Apucarana. O plenário do Fórum Desembargador Clotário Portugal ficou lotado durante toda a sessão. Policiais militares e oficiais de Justiça controlaram o acesso ao local por meio de senhas.

Siumara, que está presa desde a época do crime, mantinha um relacionamento extra-conjulgal com o pai da criança, o fotógrafo Ronaldo Ribeiro, 30 anos. Ela admitiu no júri que agiu sob forte emoção quando o pai da criança decidiu romper o namoro. Siumara ponderou que "desejava dar apenas um susto, e não matar a criança".

No dia 22 de outubro de 2004, ela mandou para o filho do ex-namorado, na sua escola, um achocolatado misturado com raticida. A criança tomou o lanche no recreio e agonizou por horas até morrer, no dia seguinte, num hospital da cidade. Na ânsia por vingança, Siumara também mandou entregar uma cesta com vários alimentos envenenados no local de trabalho da esposa do fotógrafo Ronaldo, Ivanira Vogler Ribeiro, que desconfiou do presente e não consumiu nada.

Os jurados consideraram a auxiliar de laboratório culpada de envenenar e matar Gustavo Enrique Vogler Ribeiro, de 4 anos, com raticida (homicídio) e de tentar assassinar a mãe do menino, Ivanira Vogler Ribeiro, com alimentos envenenados (tentativa de homicídio).

O homicídio que vitimou a criança e a tentativa de assassinato foram triplamente qualificados pelo Ministério Público. "A Siumara usou recurso que impossibilitou a defesa da vítima, cometeu o crime por motivo torpe (ciúme do pai do menino, com quem mantinha relacionamento extraconjugal) e usou veneno para tirar a vida de uma criança", ressaltou o promotor de Justiça Eduardo Augusto Cabrini.

O juiz João Gustavo Rodrigues Stolsis estabeleceu pena de 24 anos e quatro meses para o assassinato do menino e de 10 anos e oito meses para tentativa de homicídio contra a mãe da criança, totalizando a pena de 36 anos de prisão.

Em dois momentos do Júri Popular o advogado de defesa João Batista Cardoso chegou a chorar perante os jurados para pedir clemência à ré. Num terceiro momento, ao final do julgamento, João Batista foi vaiado pela platéia quando afirmou que "foi Deus quem tirou a vida da criança envenenada por Siumara". O juiz interveio e pediu ordem no plenário.

Ao final do júri, tanto o Ministério Público como a defesa anunciaram recursos em relação à sentença dada. "Vamos nos reunir durante esta semana, para estudar formas de recurso, visando ampliar a pena da condenada", anunciou o promotor Eduardo Cabrini. "Já temos recursos tramitando no Tribunal de Justiça e no Superior Tribunal de Justiça, e pretendemos apresentar mais duas apelações, buscando reduzir a pena imposta à Siumara de Castro Santana", disse o advogado João Batista Cardoso.

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