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Siumara chega, acompanhada da Polícia Militar, para seu julgamento: júri mobiliza população de Apucarana. | Maurício Borges/Gazeta do Povo
Siumara chega, acompanhada da Polícia Militar, para seu julgamento: júri mobiliza população de Apucarana.| Foto: Maurício Borges/Gazeta do Povo

A auxiliar de laboratório Siumara de Castro Santana, 27 anos, voltou a sentar no banco dos réus ontem, às 9 horas da manhã, no júri popular mais aguardado das últimas décadas em Apucarana, na Região Norte do estado. Ela é ré confessa pelo envenenamento e morte do garoto Gustavo Enrique Vogler Ribeiro, de 4 anos. Até o fechamento desta edição, os debates entre acusação e defesa prosseguiam. A previsão era de que o júri entraria pela madrugada.

A moça, que está presa desde a época do crime, mantinha um relacionamento extraconjulgal com o pai da criança, o fotógrafo Ronaldo Ribeiro, 30 anos. Ela admitiu ontem, durante seu depoimento aos promotores, que agiu sob forte emoção quando o pai da criança decidiu romper o namoro. Siumara ponderou que "desejava dar apenas um susto, e não matar a criança".

No dia 22 de outubro de 2004, ela mandou para o filho do ex-namorado, na sua escola, um achocolatado misturado com raticida. A criança tomou o lanche no recreio e agonizou por horas até morrer, no dia seguinte, num hospital da cidade. Na sua ira por vingança, Siumara também mandou entregar uma cesta com vários alimentos envenenados no local de trabalho da esposa do fotógrafo Ronaldo, Ivanira Vogler Ribeiro, que desconfiou do presente e não consumiu nada.

Ontem, pela primeira vez, durante seu depoimento, arrolado como testemunha de defesa, Ronaldo Ribeiro admitiu que manteve um romance extraconjugal com a auxiliar de laboratório. Ele disse que a conheceu numa formatura. Siumara disse que o namorado havia prometido largar a esposa para ficar com ela e que era frequentador assíduo de sua casa.

O Júri Popular, no Fórum Desembargador Clotário Portugal, em Apucarana, está sendo presidido pelo juiz João Gustavo Rodrigues Stolsis. Os promotores Eduardo Cabrini, Sérgio Salomão e Gustavo Marcel Fernandes Marinho pedem pena máxima para Siumara de Castro Santana, que pode chegar a 60 anos de reclusão por homicídio e tentativa de homicídio triplamente qualificados.

Os advogados de defesa alegam que Siumara não pretendia a morte de Gustavo Vogler Ribeiro e que, descontrolada, após o final de uma prolongada relação com o pai da criança, agiu sob forte emoção. O processo sobre o envenenamento e morte da criança, que tramitou por três anos na Vara Criminal da Comarca, contém 929 folhas em oito volumes. O julgamento havia sido adiado por três vezes, antes da sessão iniciada ontem.

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