Ao prever a realocação de famílias moradoras da Praia Grande e Vila da Ponta Oeste, na Ilha do Mel, além da obrigação do pagamento de taxas, o possível plano de uso apresentado na Assembléia Legislativa pode cometer um erro histórico, na opinião do geógrafo Luís Fernando Carli Lautert, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Segundo Lautert, a previsão e os custos seriam um incentivo para que famílias nativas, muitas delas vivendo há mais de 100 anos nas mesmas casas, abandonassem seus lares. "Estão falando muito em patrimônio ambiental, mas esquecem o patrimônio cultural. O estado deveria se preocupar é com os que vieram de fora para a ilha, com aqueles que descaracterizaram toda a cultura e a identidade de um povo", explica.
Para o geógrafo, o plano chega a ser discriminatório e pode favorecer a especulação monetária praticada por pessoas que não nasceram na Ilha do Mel, mas foram até lá em busca de capital financeiro. "Se querem fazer de lá uma espécie de Fernando de Noronha, deveriam começar copiando algo que ocorreu por lá: incluir a comunidade nativa nos debates. Ela tem seus costumes e tradições, o que deve ser respeitado. Até o momento, o que vai existir é a opressão aos moradores, que, além de já terem perdido sua identidade, estão perdendo a cultura e no futuro podem perder suas casas", alerta. (FL)
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