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Governo estadual pretende antecipar a construção de um contorno em Campo Largo. Veja |
Governo estadual pretende antecipar a construção de um contorno em Campo Largo. Veja| Foto:

Negociação

Governo quer duplicar BR-277

Na mesa de negociação entre concessionárias e governo para modificar os contratos de pedágio está a inclusão de novas obras. E a principal delas, conta o secretário de estado da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, deve ser a duplicação de toda a BR-277. Atualmente apenas 196 dos 731 quilômetros da rodovia, que corta o Paraná de Foz do Iguaçu a Paranaguá, são duplicados. A inclusão da obra ainda está longe de ser definida porque dependeria, entre outros fatores, de um levantamento técnico para calcular o impacto da inclusão. Uma pretensão que o próprio secretário considera muito otimista seria contar com todos os 2,5 mil quilômetros do Anel de Integração – que são as rodovias pedagiadas do estado – duplicados, mas a proposta não está descartada.

Além de novas obras, o governo negocia a antecipação de outras, já previstas em contrato. É o caso da duplicação do trecho entre Cascavel e Medianeira, no Oeste do estado, e da construção do contorno de Mandaguari, no Norte do estado. Esse desvio já deveria estar pronto, mas entraves nas desapropriações de áreas, que deveriam ser determinadas pelo governo estadual, atrasaram as obras.

Reação

Trégua judicial divide opiniões na Assembleia

A trégua entre o governo e as concessionárias causou polêmica ontem no plenário da Assembleia Legislativa. Enquanto a base governista defendeu a abertura do diálogo com as empresas, deputados oposicionistas criticaram os altos lucros das empresas.

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  • BR-277, perto de Campo Largo: desvio solucionaria congestionamentos

A primeira alteração no contrato de pedágio do Paraná pretendida pelo governo de Beto Richa está praticamente acertada: a construção de um contorno rodoviário em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, que tiraria do perímetro urbano todo o tráfego pesado da BR-277. A obra está prevista para ser iniciada somente em 2014, mas deve ser antecipada para 2011 em razão dos congestionamentos e do alto índice de acidentes. A negociação faz parte de um acordo para a revisão dos contratos de concessões de rodovias, que teve como ponto de partida a suspensão temporária de 140 ações que tramitam na Justiça, conforme antecipou ontem a Gazeta do Povo. Além de analisar possibilidades técnicas para a redução das tarifas de pedágio, o governo garante que não abre mão de antecipar obras e até mesmo incluir novas construções no contrato. Para adiantar o contorno de Campo Largo, o governo propõe protelar a duplicação do trajeto entre Jaguariaíva e Piraí do Sul, nos Campos Gerais, prevista para iniciar neste ano. As duas obras são de responsabilidade da concessionária Rodonorte, que administra o trecho.

O secretário de estado da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, conta que está sendo avaliada qual obra é mais importante, no atual momento, para o Paraná. "Um dos aspectos que analisamos é o fluxo de veículos. E o tráfego é muito mais intenso no trecho de Campo Largo", explica. No trecho da BR-277 que corta Campo Largo passam 35 mil veículos por dia enquanto que no percurso entre Piraí do Sul e Jaguariaíva são 5 mil.

O levantamento técnico que apontará o valor final das obras ainda não foi realizado. O governo está segurando a autorização do início da obra na PR-151 para negociar a substituição. Ainda faltam detalhes, mas, como se trataria de uma troca, a alteração é dada como certa. "Não dá para começar a negociar pontualmente, uma obra ou outra, sem termos avançado nas conversas sobre os contratos", argumenta o secretário.

Nova rodovia

O contorno de Campo Largo deve ter 11 quilômetros por meio de uma nova rodovia a ser construída. O desvio deve começar no fim da serra de São Luiz do Purunã e terminar logo após o término do perímetro urbano de Campo Largo. O traçado preciso ainda não está definido. Depois da conclusão do contorno, o trecho que hoje corta a cidade de Campo Largo passará a ser administrado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

Assim, quem vem do interior para a capital não passará mais, por exemplo, pelo semáforo que existe no trecho urbano da rodovia e geralmente causa congestionamento em feriados prolongados. Na semana de Páscoa, por exemplo, a fila de veículos chegou a 22 quilômetros. A quantidade de acidentes também preocupa. Em 2010, foram 205 colisões, com 103 vítimas, sendo três mortes. Se comparados os percursos no sentido capital e interior, a pista que passa por dentro de Campo Largo concentra 71% dos acidentes. As batidas são predominantemente colisões traseiras, típicas de movimento com alto fluxo.

A construção do contorno deve atender uma reivindicação de moradores de Campo Largo que tiveram um acesso secundário fechado em janeiro. Os motoristas precisam agora fazer um retorno que prolonga a viagem em 1,6 quilômetro. A partir da nova obra, o acesso poderia ser liberado.

Richa admite prorrogar contratos

O governador Beto Richa declarou ontem em entrevista a Rádio CBN que a prorrogação dos contratos de pedágio – que atualmente têm validade até 2022 – não está descartada na negociação para ampliar obras e diminuir preços. "É uma hipótese sim. Não afasto essa possibilidade, porque milagre não existe. Ninguém vai baixar tarifa e investir recursos vultosos na melhoria da infraestrutura dessas rodovias, sem uma contrapartida. E acho que os usuários não se preocupam na duração desses contratos de concessão. Querem saber se o preço é acessível e se as rodovias estão em bom estado", disse.

O secretário estadual da Infraestrutura e Logística e ir­­mão do governador, José Richa Filho, é mais cauteloso. "Não dá para falar em prorrogação de contratos antes de falar em obras e mais transparência. Pri­­meiro o usuário precisa ver mais claramente os benefícios", declarou. Um projeto de lei para proibir a prorrogação dos contratos foi apresentado na Assem­­bleia Legislativa no ano passado, mas acabou sendo considerado inconstitucional. Há uma cláusula nos contratos que prevê a possibilidade de os acordos serem renovados por 25 anos.

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Interatividade

A prorrogação dos contratos de pedágio é uma saída aceitável para negociar a redução das tarifas e a antecipação de obras? Por quê?

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