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A banda Bad Religion é um dos grandes nomes da cena punk rock mundial | Divulgação/Seven Shows
A banda Bad Religion é um dos grandes nomes da cena punk rock mundial| Foto: Divulgação/Seven Shows

Sistema de Saúde

• Quatro Centros Municipais de Urgências Médicas. Até o fim do próximo ano, deverão ser oito.

• 95 unidades de saúde que abrem e fecham, sendo a 47 básicas e 48 do Programa Saúde da Família – são aquelas aptas a atender situações que não se caracterizam como urgências.

• Oito unidades de urgência, sendo que o Campo Comprido está em obras. Sete, então, estão em atividade.

• Sete centros de atenção psicossocial (para saúde mental, nas áreas de álcool/drogas/transtornos mentais, para adultos e crianças distintamente).

• Seis centros de especialidades médicas.

• Dois centros de especialidades odontológicas.

• Três unidades especiais (para aids, portadores de deficiências e órteses e próteses).

• Um laboratório de análises clínicas.

- Um hospital.

Criados para atender pacientes com doenças graves ou com quadros clínicos complexos, os Centros Municipais de Urgências Médicas (CMUM) da prefeitura de Curitiba vêm tendo sua finalidade desviada nos fins de semana e feriados. Como as 95 unidades básicas de saúde do município não funcionam nestes dias, quem precisa de atendimento médico procura os novos centros, alguns deles antigas unidades 24 horas que foram reconstruídas. Nestes dias, os CMUMs – que foram projetados para funcionar como mini-hospitais – acabam concentrando um grande número de usuários. Com eles, vêm as longas filas e reclamações.

Foi o que aconteceu na última quinta-feira, dia em que alguns serviços municipais não funcionaram (a prefeitura transferiu o feriado de 29 de Março, aniversário de Curitiba, para a véspera da Sexta-feira Santa). A reportagem esteve em três CMUMs inaugurados recentemente – Fazendinha, Sítio Cercado e CIC. Só no Centro Municipal de Urgências da CIC a situação era tranqüila. Nos outros, a procura por atendimento era grande, o que deixou as salas de espera lotadas.

No CMUM Fazendinha a situação foi agravada pela presença de pacientes da unidade de saúde do Campo Comprido, que está fechada para reformas (será transformada em um novo CMUM). O caso do ajudante de entregas José Cândido, 53 anos, é exemplar. A mulher dele, de 49 anos, estava com pressão baixa, quadro relativamente simples que poderia ser atendido em uma unidade básica. "Minha família sempre vai no posto Cândido Portinari (na CIC). Nunca demora, somos atendidos em dez minutos", revelou Cândido, que estava há uma hora e meia no CMUM Fazendinha. "Pelo que vi aqui, tem oito salas. Seis delas estão fechadas. Acho que só tem dois médicos."

O funcionário público aposentado Adilson dos Santos, 71 anos, chegou às 9 horas ao posto para acompanhar a filha de 30 anos, que estava em crise de depressão. Eram 15 horas e ele continuava no local. "Ela foi atendida às 9h20, mas até agora está lá tomando soro", afirmou. "A unidade que nos atende é a do Santa Quitéria, mas ontem (quarta-feira) nos mandaram para cá. Falam que a saúde está melhorando, mas eu não acho. É como um joguete, nos mandam para lá e para cá."

No CMUM Sítio Cercado, a situação era semelhante. A autônoma Maria do Socorro Silva, 46 anos, estava há cerca de sete horas no local. Por volta das 15h30, se sentou no meio-fio para descansar. O marido dela, de 50 anos, sofre do coração e passou mal no domingo, dia 1.°. Foi quando começou a peregrinação. "Estive nos postos do Bairro Novo e do Pinheirinho e não consegui internação. Tive que emprestar dinheiro da minha irmã para ser atendida no Hospital Angelina Caron", disse Maria. "Hoje (quinta-feira) cheguei às 8 da manhã e até agora só deram um remédio para ele se acalmar. Pobre é assim. Se não sarar por conta própria, morre."

Novos CMUMs

A prefeitura de Curitiba já inaugurou quatro CMUMs – Fazendinha, Sítio Cercado, CIC e Cajuru. Mais quatro deverão ser entregues até o final do próximo ano. O primeiro deverá ser o do Boqueirão, cuja obra está prevista para terminar em cerca de três meses. O do Boa Vista deverá estar pronto no início de 2008. Depois serão entregues os do Campo Comprido (que está sendo reformado) e o do Pinheirinho. Até a conclusão da obra no Campo Comprido, os pacientes da unidade serão atendidos pelos CMUMs CIC e Fazendinha.

Segundo o secretário municipal de Saúde e vice-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, a construção de cada CMUM tem custo de R$ 2,7 milhões. No caso dos que são reformados, o valor cai para R$ 1,7 milhão. O custo mensal de cada unidade gira em torno de R$ 1 milhão, entre manutenção, medicamentos, pagamento de salários e convênios, já que os médicos que atuam nos Centros de Urgência são de hospitais próximos. No CMUM CIC, o atendimento é feito por profissionais do Hospital da Cruz Vermelha; no Sítio Cercado, os médicos são do Hospital Evangélico; na Fazendinha, trabalham profissionais do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR); já no Centro de Urgências do Cajuru o convênio é com o Hospital Cajuru. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, cada CMUM equivale, em área e capacidade de atendimento, a duas unidades de saúde 24 horas antigas.

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