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Pelo terceiro ano, Paraná é o 2.º colocado

Pelo terceiro ano consecutivo, o Paraná manteve a segunda posição no ranking nacional de desenvolvimento social, de acordo com o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), elaborado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

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Com uma população de 8 mil habitantes, Guaraqueçaba, no litoral do Paraná, é o município com o IFDM mais baixo em 2007: 0,5001. A variável mais fraca do município foi a renda, com 0,2326. Educação ficou em 0,5581; e saúde, 0,7095. Em edições anteriores, o município já demonstrava um desempenho baixo. Em 2000, o IFDM ficou em 0,4863, deixando-o na 384.ª posição.

Segundo a prefeitura, os resultados devem-se à dificuldade de acesso e isolamento do município. Há duas opções de acesso: barco ou estrada. As embarcações têm horários restritos de ida e volta. Os 80 quilômetros de estrada não são pavimentados. Quem se aventura encontra barreiras e imprevistos.

Com o isolamento, a saúde e a educação do município são afetadas. Somente há alguns anos, por exemplo, a pescadora Marinele Dias Pereira conseguiu retornar à sala de aula. Sem opção, ela ficou sete anos sem estudar. "Eu terminei o Ensino Fundamental e parei de estudar porque, na época, não tinha Ensino Médio. Fico mais tranquila agora só em saber que meus filhos poderão terminar os estudos aqui mesmo", afirma.

Segundo o secretário municipal de Educação, Ivã Simões de Miranda, a internet não chega ao local e a cidade enfrenta dificuldades no transporte escolar. "Para manter um aluno dentro da rede escolar aqui sai quatro vezes mais caro", comenta.

A saúde também é uma das grandes prejudicadas no município. O secretário municipal de Saúde, Ezequiel Ribeiro da Silva, explica que a dificuldade maior é em relação à remoção do paciente em situações críticas. Também é difícil contratar médicos. Para atrair o profissional, é preciso oferecer um bom salário, com alimentação, estadia e transporte. "A mão de obra médica aqui tem um custo muito alto para o município".

Renda/trabalho é uma vertente também prejudicada pelo isolamento do município. O mercado de trabalho se resume ao comércio para o turismo, pesca e serviço público. Só a prefeitura emprega 500 funcionários.

Outro município que obteve um desempenho ruim no IFDM 2007 foi Alto Piquiri, no Noroeste. O IFDM da cidade caiu de 0,7173, em 2000, para 0,6387, em 2007, – a pior queda do estado – e pulou da 22.ª posição para a 323.ª no Paraná. Alto Piquiri apresentou, no mesmo período, piora nas variáveis de renda e saúde. Por outro lado, a educação melhorou.

O êxodo rural e o desemprego são, de acordo com a prefeitura, algumas das explicações para a queda do índice do município. O presidente da Associação Comer­­­cial, Ismael de Oliveira, porém, vê uma reação positiva nos mais diversos setores nos últimos anos, com a superação da falta de emprego.

Melhor

Santa Inês, no Norte do estado, foi o exemplo positivo do IFDM no Pa­­­raná. O município, com menos de 2 mil habitantes, registrou a maior variação positiva: saltou de 0,5 em 2000 para 0,7280 em 2007, subindo da 397.ª para a 80.ª posição no estado. A cidade teve melhoria nas três vertentes analisadas: saúde, educação, emprego/renda.

A saúde no município melhorou com a compra de dois carros, uma ambulância e um microônibus. Na educação, um projeto de reforço reduziu a zero a evasão. Todos os alunos do período da tarde que têm dificuldades de aprendizagem são encaminhados para uma turma especial no contraturno. Em trabalho/renda, o desempenho foi beneficiado pela instalação na região de duas usinas de álcool e um abatedouro de frangos.

Colaboraram Osmar Nunes, correspondente em Umuarama, e Thiago Ramari, da Gazeta Maringá.

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