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Nos seus celebrados tempos de cronista da revista O Cruzeiro, perguntaram à escritora Rachel de Queiroz se ela aceitaria se candidatar a deputada. A cearense respondeu de pronto: "Eu sou uma mulher casada!"

Com a imagem de promiscuidade que transparece entre os políticos, a opinião pública é levada a enxergar a Câmara dos Deputados como uma casa de tolerância. Ou um lupanar cinco estrelas, pois a Assembleia Legislativa do Paraná conta com cinco restaurantes em suas dependências. Entre a ficção e a realidade, é o caso das cenas de corrupção e luxúria da série Felizes para sempre, com Paolla Oliveira no papel de uma garota de programa, filmada em um hotel muito frequentado por parlamentares e que fica perto da residência oficial de Dilma Rousseff.

De tudo um pouco já foi visto no Centro Cívico de Curitiba – inclusive todas as variações semânticas para o vocabulário de bordel –, mas nada se igualou ao medonho episódio em que a base parlamentar do governador Beto Richa foi entulhada num camburão da Polícia Militar – ou, para usar a expressão de galhofa, "foi colocada em seu devido lugar!"

Depois de embarcar na ideia do secretário de Segurança, Fernando Francischini, os momentos de maior tensão dentro do camburão ocorreram diante da Assembleia, como relatou o repórter Rogerio Galindo: "Os deputados se dividiram. Acostumados a tomar decisões com calma, em plenário, dessa vez davam palpites desconexos sobre o que fazer, e tentavam se fazer ouvir pelo motorista. 'Recua, volta!' 'Não vai dar!' 'Não tem como ir para trás!'. E, enquanto isso, alguns manifestantes que tinham conseguido chegar ao local começaram a bater na lataria". Vários deputados ouvidos pelo jornalista acharam que os professores iriam conseguir virar o ônibus: "Essa foi a hora mais tensa", disse um deles."O que a gente sentiu foi cagaço!", confidenciou um outro, revelando que o pior aconteceu.

Conforme ressaltou Rogerio Galindo, "quase todas as declarações sobre o tema foram dadas sob cláusula de confidencialidade". E, dentro da mesma cláusula de confidencialidade, os mais de 30 passageiros do camburão firmaram um pacto malcheiroso que veio à tona com os eflúvios etílicos do carnaval. À beira da piscina e de um ataque de nervos, um mal-aventurado passageiro deixou vazar o chorume: "Não posso dizer o nome, mas um dos nossos se borrou nas calças!"

Com o frouxo intestinal, um dos encurralados interrompeu a apneia para sintetizar a situação, por dentro e por fora: "Fedeu!" As mulheres gritavam com uma mão no nariz, outra no celular, enquanto os homens tentavam controlar a náusea. Depois de o delegado Francischini sair do camburão em desabalada carreira, um dos signatários do pacto malcheiroso jurou de morte quem teria se borrado de pavor. Quem seria o frouxo do camburão?

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