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A ordem para incendiar carros e provocar pânico na população do Rio partiu há dois meses do presídio de Catanduvas, região Oeste do Paraná. Informações dos setores de inteligência das polícias indicam que os chefes da maior facção criminosa do Rio teriam enviado o comunicado a seus aliados nas favelas cariocas por meio de bilhetes entregues durante visitas no presídio federal. A ação seria uma represália à implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), a maioria delas em redutos da quadrilha, que também mantém ligações com uma facção criminosa de São Paulo.

A intenção dos criminosos, segundo as informações de inteligência, é difundir pânico na população e tentar obrigar o governo a recuar com as ações de pacificação. O mesmo grupo de traficantes estaria planejando ações terroristas caso o governo comece a pacificar o Complexo do Alemão, em Ramos, principal reduto dessa facção no Rio. Traficantes estariam se articulando para atacar grandes monumentos ou locais públicos no momento que a polícia começar a entrar no Alemão para iniciar a pacificação.

PF interceptou bilhete para traficantes

Há 15 dias, policiais federais apreenderam dois bilhetes levados por mulheres para presos da Penitenciária Federal de Catanduvas. Endereçada aos traficantes Márcio Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, e Marcos Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor, a correspondência revelava que a maior facção criminosa do Rio tem planos para atacar sedes das UPPs. Nas cartas interceptadas, os criminosos cariocas pediam algumas orientações e autorização para as próximas ações da quadrilha.

Em alguns morros do Rio, segundo fontes do setor de inteligência, chefes do tráfico teriam liberado seus subalternos para que fizessem qualquer tipo de ação criminosa nas ruas. Os ataques ocorridos no fim de semana teriam sido praticados por aliados da Cidade Alta, em Cordovil, Favela do Lixão, em Duque de Caxias, Furquim Mendes e Dique, no Jardim América.

As ordens para os ataques foram dadas a partir de bilhetes entregues a parentes e até advogados, que constantemente visitam os chefes da quadrilha em Catanduvas. Setores de inteligência relacionam ainda entre os mandantes dos atentados alguns chefes da facção que permanecem em penitenciárias no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste. Entre eles figuram Ederson José Gonçalves Leite, o Sam da Cidade de Deus; Patrick Salgado Souza, que controlou o tráfico no Morro do Borel; e Paulo Cesar Figueiredo, o Bolão do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo.

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