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Orelhão estragado no calçadão da Rua XV de Novembro: até adesivo de propaganda foi colado no telefone | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Orelhão estragado no calçadão da Rua XV de Novembro: até adesivo de propaganda foi colado no telefone| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo
  • Quase metade dos orelhões testados no centro de Curitiba não funciona

Quem precisa usar telefone público na região central de Curi­tiba tem dificuldade de encontrar um aparelho funcionando – ao menos na primeira tentativa. Há ruas em que o número de orelhões quebrados ultrapassa o daqueles em operação, fazendo com que a busca, por vezes, se estenda por várias quadras. A reportagem testou 458 aparelhos e constatou que quase a metade deles está inutilizável – 220 não efetuavam ligações.

Em um intervalo de aproximadamente três horas, em um único dia, foram testados orelhões em sete praças e trechos de três vias com grande circulação de pessoas. A maioria dos aparelhos que não funcionava (160) estava aparentemente bem conservada, mas não dava sinal de linha ou não discava corretamente. O restante tinha sofrido algum tipo visível de depredação: 44 tiveram a peça da extremidade superior do fone arrancada, 13 estavam sem o fone e outros três tinham campânulas e aparelhos totalmente vandalizados.

O índice de telefones fora de operação varia de acordo com o lugar. A Praça Osório tinha sete dos 39 telefones quebrados. Proporção parecida com o do calçadão da Rua XV de Novembro: 24 de 101. O trecho da Rua Marechal Deodoro entre os cruzamentos com as ruas Mariano Torres e Desembargador Westphalen, a Praça Tiradentes e o entorno da Praça Generoso Marques ficaram dentro da média geral.

Em todas as demais vias o número de orelhões quebrados superava com folga o daqueles em funcionamento. Nas praças Carlos Gomes e Zacarias, eram três telefones fora de operação para cada um utilizável. Se a proporção era menor na Praça Rui Barbosa, o número não deixa de chamar a atenção. O ponto com a maior concentração de orelhões – 80, no espaço equivalente a três quadras – tinha 54 deles sem qualquer utilidade.

Lá, a cena comum em que a pessoa tenta uma, duas, três vezes até conseguir um orelhão funcionando se estende por minutos. A diarista Marta Mika, 43 anos, já estava na terceira tentativa quando resolveu retomar seu caminho e só testar aqueles que aparecessem na frente. Marta não tem celular e depende do telefone público para falar com a filha quando vem trabalhar na capital. Ela só foi encontrar um duas quadras adiante. "Onde está a manutenção dos orelhões?", questiona. Outro que protesta é o cobrador de ônibus Rogério Ferraz, 30 anos. "Sempre uso meu intervalo para ligar para a minha mulher. Na frente do nosso ponto tem um poste com três orelhões, mas só dá para usar um, faz meses."

Reparo

Os orelhões são de responsabilidade das concessionárias de telefonia e devem ser reparados, em 98% das vezes, até 8 horas depois da solicitação do usuário, de acordo com as metas de qualidade para o setor. O prazo máximo para conserto é de 24 horas. No Paraná, a empresa responsável é a Oi, que afirma cumprir essas regras e informa, em nota, que vai vistoriar os telefones públicos testados pela reportagem.

A Oi ressalva que os aparelhos sofrem diariamente com o vandalismo. De acordo com a empresa, cerca de 4,4 mil telefones e 200 campânulas, em média, são depredados por mês no estado. Isso representa 7,3% dos 61 mil telefones públicos instalados – proporção muito inferior à verificada no centro de Curitiba.

Serviço:

Solicitações de reparo de orelhões podem ser feitas pelo telefone 10314.

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Interatividade

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