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Veja como foi o incêndio |
Veja como foi o incêndio| Foto:

"Me pareceu falta de preparo e de vontade"

Em entrevista por telefone à Gazeta do Povo, Rafael Cervi, marido de Dayana e pai de Felipe e Thais, mortos no incêndio, diz acreditar que houve falta de preparo dos bombeiros que trabalharam no incêndio. Cervi também deu detalhes das conversas que teve com a esposa durante o incêndio.

Confira a entrevista

Dayana e Rafael eram amigos de Jean Charles

O incêndio que tirou a vida de Dayana Francisquini e de seus filhos Felipe e Thais não foi a primeira tragédia a abalar a família Francisquini, que tem cerca de 25 integrantes morando em Londres e proximidades. Há quase quatro anos, a família também foi abalada pela morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, confundido com um terrorista e morto a tiros pela polícia londrina. Ele era amigo da família e, às vezes, saía com Dayana e o marido.

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Maringá e Curitiba - O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) informou ontem que não tem previsão orçamentária nem meios administrativos para ajudar no traslado dos corpos dos três paranaenses que morreram no incêndio de um prédio em Londres, na Inglaterra, na última sexta-feira. Diante disso, a família das vítimas está pedindo doações para juntar os cerca de R$ 135 mil estimados para o transporte dos corpos, que deverão ser enterrados em Curitiba.

O dinheiro é arrecadado em uma conta bancária que o cozinheiro Rafael Cervi – marido de Dayana Francisquini Cervi, 25 anos, e pai de Thaís, 7, e Felipe, 4, que morreram no incêndio – mantém no Brasil. A família afirma que o traslado de cada corpo deve custar 15 mil libras – cerca de R$ 45 mil. Luana Francisquini, irmã de Rafael e delegada de polícia em Santa Catarina, deve chegar hoje a Londres para cuidar do transporte dos corpos.

"Nossa intenção é trazer os corpos, volta a família toda", disse ontem uma tia de Rafael, Gisele Cervi, que mora em Brusque (SC). Segundo ela, um conhecido de Rafael comentou que os bombeiros demoraram 25 minutos para entrar no prédio. "Ele (Rafael) ficou falando para eles subirem logo, mas demorou muito. Julga-se que foi incêndio criminoso, mas não dá para falar nada por aqui."

O Itamaraty informou, por meio da assessoria de imprensa, que o apoio a ser oferecido à família paranaense diz respeito à tradução de documentos e orientação para que os corpos sejam liberados o mais rápido possível. O ministério afirmou ainda que o Consulado do Brasil em Londres está acompanhando o caso. Já a assessoria de imprensa da Embaixada do Brasil explicou que o caso é da alçada do consulado e que não poderia interferir.

Solidariedade

Apesar da insatisfação com o tratamento recebido das autoridades brasileiras, a família das vítimas se mostra grata pelo apoio da comunidade londrina. "Aqui na nossa casa não para de gente trazendo coroas de flores, o que mostra como a Dayana era uma pessoa querida por todos. É um momento de muita dor, mas também de muito conforto", disse a cunhada de Dayana, Aqueliny Ferreira.

A jornalista de Maringá Dayse Hess, que mora na Inglaterra, confirmou que a notícia abalou a todos que estão no país. "Como brasileira eu fico comovida sabendo que uma família passou por uma tragédia dessas. Mais ainda porque envolve crianças. É um fato triste."

Inquérito

A Polícia Metropolitana de Londres abriu uma investigação para apurar as causas do incêndio. A arquitetura do prédio, construído em 1959, deve ser analisada pela polícia, já que os moradores descrevem o prédio de 14 andares como "armadilha da morte" – não havia sequer saída de emergência apropriada.

Depois do incidente, a subprefeitura de Southwark, que engloba Camberwell (bairro da zona Sul de Londres onde fica o prédio), disse que a arquitetura do edifício "não é atípica" e que 3,5 milhões de libras (mais de R$ 11 milhões) foram gastos recentemente em uma reforma.

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Serviço

As doações podem ser feitas no nome de Rafael Cervi, no banco HSBC, agência 0729, conta-corrente 063438-2.

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