Ponta Grossa A população aprovou e um quinhão de 181 hectares com araucárias, imbuias, pacas e cotias, no Extremo-Sul do estado, deve ser oficialmente preservado a partir de agora. Na prática, nada muda, já que o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) já contava o Parque Estadual de Palmas entre os 25 que administra. A unidade de conservação receberá melhorias, como um centro de visitantes e as cercas, no ano que vem.
A audiência pública, necessária de acordo com o rito burocrático para a criação da unidade, foi realizada na noite de terça-feira, na Câmara Municipal. Lá estiveram aproximadamente 130 pessoas, que não se opuseram à iniciativa. "Já cuidávamos como se fosse nossa. Temos até funcionário lá", conta o chefe do departamento das Unidades de Conservação do IAP, Marcos Antônio Pinto. Depois de cinco anos de negociação, o governo estadual conseguiu o documento em que a União concede a área, que equivale a 140 campos de futebol.
O parque tem pelo menos 70 hectares de campos nativos, um ecossistema que só o Parque Estadual de Vila Velha protegia no Paraná. O chefe regional do IAP em Pato Branco, Normélio Bonatto, diz que a área abriga um banco genético enorme, que deve deixar ávidos pesquisadores de todo o estado.
O presidente da organização não-governamental (ONG) Mater Natura, Paulo Pizzi, destaca a iniciativa de preservar florestas nativas, tendo em vista que poucas áreas remanescentes restam no Paraná. Para preservar as matas intactas da região, o governo federal anunciou no ano passado a criação do Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas, com 16 mil hectares.
O vereador César Pacheco Baptista (PMDB), que estava na audiência pública, relata que havia a intenção de transformar a área em um parque municipal. Isso só não aconteceu porque a cidade não conseguiu a doação do terreno. "Está praticamente abandonado e poderia ser preservado e aproveitado ao mesmo tempo", diz.