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Curitiba está em terceiro lugar no ranking das tarifas mais caras entre as capitais brasileiras | Daniel Castellano/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Curitiba está em terceiro lugar no ranking das tarifas mais caras entre as capitais brasileiras| Foto: Daniel Castellano/Agência de Notícias Gazeta do Povo

Quase R$ 200 a mais por ano

Para um trabalhador que atua de segunda a sábado, pagando duas passagens por dia, o aumento da tarifa na capital (pagamento no cartão) vai significar R$ 0,60 gastos a mais por dia, o que dá R$ 15,60 a mais por mês (26 dias trabalhados) e R$ 187,20 no período de um ano.

A Prefeitura de Curitiba anunciou o reajuste da tarifa do transporte coletivo por meio de nota em seu site na tarde desta terça-feira (3). A partir da zero hora de sexta-feira (6), a tarifa de ônibus em Curitiba passa de R$ 2,85 para R$ 3,15, para pagamento em cartão-transporte, e R$ 3,30, para pagamento em dinheiro.

Os valores são válidos para as linhas da Rede Integrada de Transporte (RIT). Na Linha Turismo, a passagem que custa R$ 30,00 irá para R$ 35,00. Nesse ônibus, cada passagem dá direito a cinco embarques na mesma linha, que passa pelos principais pontos turísticos da capital. O Circular Centro passa de R$ 1,80 para R$ 2,00. A tarifa domingueira continuará custando R$ 1,50.

Curitiba tem a terceira tarifa mais cara entre as capitais

De acordo com a prefeitura, a atual tarifa vigorava desde março de 2013. Em julho daquele ano, depois das manifestações, o preço da passagem caiu para R$ 2,70. Esse reajuste é o segundo em poucos meses: em novembro de 2014, a prefeitura já havia reajustado a tarifa para R$ 2,85. Segundo o executivo municipal, a correção de R$ 0,30 (10,5%) não recompõe a inflação dos últimos dois anos – aproximadamente 12%.

"O prefeito determinou que estabelecêssemos uma tarifa módica, ou seja, aquela que pesasse o menos possível no bolso do trabalhador. Esperamos que todos entendam o momento difícil que passamos. Não e possível imaginar que a alta nos custos não refletiria na tarifa", disse Roberto Gregório, presidente da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs).

Um dos fatores que mais pesa na composição da tarifa, ressalta o município, é a remuneração dos motoristas e cobradores. Gastos com salários e encargos sociais correspondem a 48% do total da tarifa. Desde 2011, o reajuste médio da categoria está na casa de 10% ao ano. Em 2015, as negociações ainda estão em andamento. A primeira audiência de conciliação entre trabalhadores e patrões foi realizada nesta segunda-feira (2), sem acordo.

Justamente por isso, Gregório não descarta um novo reajuste. "Todos os nossos cálculos estiveram dentro da variação INPC. Já começamos a conversar com o sindicato dos trabalhadores. Todos precisam colaborar. Mas, obviamente, se tiver uma decisão judicial que extrapole muito essa projeção do INPC, será necessário sim transferir esse custo adicional para a tarifa. Mas não desejamos isso pretendemos ter sucesso nas negociações para não precisar um novo aumento neste ano.

Subsídio

De acordo com a prefeitura, com esse reajuste o executivo municipal assume integralmente o pagamento do subsídio das linhas urbanas, que será de R$ 2 milhões por mês. "O reajuste faz parte do esforço da prefeitura para manter a integração e a tarifa única", informa a nota. Segundo os cálculos da prefeitura, com esse novo valor tarifário, o subsídio do governo estadual, para as linhas metropolitanas, cairia de R$ 7,5 milhões/mês em 2014 para cerca de R$ 7 milhões/mês em 2015. Nos últimos dois meses de 2014, o subsídio estadual já estava abaixo dessa conta. A média foi de R$ 6 milhões por mês justamente por conta do aumento de novembro repassado à população.

O estado entende que os custos do déficit metropolitano têm de ser divididos com a prefeitura de Curitiba. Isso porque a capital também se beneficiaria com a vinda diária de moradores da região metropolitana para trabalhar e estudar. A proposta, segundo a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), foi recusada pela prefeitura de Curitiba. A gestão municipal afirma que não pode arcar com custos da região metropolitana.

Diante desse impasse, Gregório afirmou que a operacionalização da integração está mantida, mas que o governo do estado está responsável por fazer os pagamentos das empresas metropolitanas. Segundo o sindicato que representa as empresas, esses repasses não veem sendo feitos desde o dia 1º de janeiro.

Tarifa Técnica

Por contrato, a tarifa técnica – aquela que é repassada às empresas – é reajustada sempre em fevereiro. O prefeito Gustavo Fruet anunciou na semana passada que esse valor deve ficar entre R$ 3,60 e R$ 3,75. Mas Gregório disse que ainda é prematuro falar em valores e que a prefeitura vem trabalhando para conter essa alta.

"No ano passado, a Comissão da Tarifa criada pelo prefeito encaminhou contribuições para os órgãos de controle. Mais recentemente enviamos uma proposta para as empresas sobre as diversas questões judiciais, como sobre a quantidade de mão obra no setor, o pagamento de parte da outorga com a frota e a liminar que suspende a cobrança imediata em caso de descumprimento dos indicadores de qualidade."

Todas essas medidas, entretanto, não devem conter a alta programada para a tarifa técnica neste mês. O novo valor pago pelo usuário continuará sendo insuficiente para cobrir os custos do sistema informados pelos empresários e chancelados pela Urbs.

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