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Cerca de 150 pessoas, entre estudantes integrantes do Movimento Passe Livre (MPL), membros dos partidos PSOL, PCB e PSTU e representantes de sindicatos de trabalhadores de Curitiba e região, realizaram na manhã desta quinta-feira (19) uma passeata na região central da capital paranaense. Na sede da prefeitura, no Centro Cívico, o grupo protocolou uma lista de reivindicações, que inclui o retorno da tarifa de ônibus de R$ 1,90, a implantação do passe livre para estudantes e desempregados e melhores condições de trabalho para os funcionários do transporte coletivo.

Os manifestantes saíram por volta das 11 horas da Praça Santos Andrade, no Centro, em direção ao Colégio Estadual do Paraná (CEP) para angariar mais participantes. De lá eles seguiram para a Prefeitura de Curitiba, no Centro Cívico, onde, por volta das 12h45, protocolaram a carta de reivindicações.

Por causa da manifestação, as ruas Presidente Faria, Barão de Antonina e as avenidas João Gualberto e Cândido de Abreu tiveram o tráfego interrompido momentaneamente no fim desta manhã. Agentes da Diretoria de Trânsito (Diretran) da Urbanização de Curitiba (Urbs) acompanharam todo o protesto e controlaram o tráfego durante a passagem do grupo.

A manifestação contou com um caminhão de som, e os participantes, que carregavam faixas e cartazes, promoveram um apitaço. Veículos da Polícia Militar (PM) também acompanharam o ato.

Além das reclamações ligadas ao transporte coletivo, o MPL pediu o fim da violência da PM contra estudantes. Na sexta-feira (13), uma manifestação do mesmo grupo, que envolvia cerca de 100 pessoas, terminou em tumulto: quatro pessoas foram presas, três adolescentes apreendidos e outros três manifestantes ficaram feridos. "Um dos agredidos teve o braço quebrado por policiais. Ele teve de passar por uma cirurgia e continua hospitalizado", afirma o estudante Luiz Pereira, integrante do MPL.

Confronto

O ato que terminou em confrontou começou às 11 horas da sexta-feira, na estação tubo que fica em frente ao Passeio Público, na Rua Luiz Leão. Ao meio-dia, os estudantes montaram um "pedágio ideológico" em frente ao CEP, na Rua Presidente Faria. A cada minuto, os manifestantes bloqueavam uma das pistas da via e distribuíam um panfleto com uma série de reivindicações. Entre elas, a volta da antiga tarifa de ônibus e a "abertura da Caixa Preta da URBS".

De acordo com os manifestantes, um carro da polícia foi até o local por volta das 12h30 por causa de queixas pelo bloqueio. Eles dizem que não houve nenhum tipo de negociação. Na versão das pessoas que faziam parte do ato, os PMs usaram de truculência e abuso de autoridade. "Desceram das viaturas com ripas e bateram em todo mundo. Também estavam apontando armas", descreveu uma jovem de 21 anos que participou do protesto.

O que teria irritado os policiais foi o sumiço da chave de um dos carros. "Eles pegaram o primeiro que viram na frente e colocaram toda a culpa nele. Fizeram mil ameaças, até que alguém jogou a chave em direção aos policiais", conta um membro do MPL. Todos os detidos foram encaminhados para delegacias e liberados no mesmo dia.

Ainda na sexta-feira, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou, por meio de nota, que o tumulto teria sido causado por sete jovens – quatro deles maiores de idade – que brigavam durante o protesto. Um Inquérito Policial Militar seria aberto para investigar se houve abuso, ainda de acordo com a Sesp.

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