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O pastor Geraldo Nunes foi preso na segunda-feira, em Manaus | Divulgação/ Polícia Civil Amazonas
O pastor Geraldo Nunes foi preso na segunda-feira, em Manaus| Foto: Divulgação/ Polícia Civil Amazonas

O pastor evangélico da igreja Assembleia de Deus Geraldo Pereira Nunes, de 69 anos, que foi preso na segunda-feira (23), em Manaus, no Amazonas, teria abusado sexualmente de pelo menos sete crianças em Curitiba, segundo a polícia. De acordo com as investigações, o acusado se valia de sua condição de pastor para ganhar a confiança das vítimas e usava, ainda, doces e dinheiro para atraí-las.

Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (25), a delegada Maricy Montágua, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítima de Crime (Nucria), disse que as vítimas tinham entre 9 e 12 anos quando foram estupradas: foram seis meninas e um menino. Apesar da suspeita de sete casos, a estimativa é que mais crianças tenham sido abusadas.

"Os estupros vinham ocorrendo há muito tempo, porque ele [Nunes] tinha contato direto com as crianças. Por ele ser pastor, muitos pais não acreditavam que seus filhos estavam sofrendo os abusos", afirmou a delegada.

A última vítima a se apresentar à polícia tem hoje 25 anos e só procurou as autoridades em novembro do ano passado, quando soube que outros casos atribuídos ao pastor estavam sendo investigados. "Ela disse que foi abusada dos 10 aos 12 anos por ele [Nunes], mas que não sentiu segurança para denunciar o caso por temer que ninguém acreditaria nela. Ainda hoje, ela demonstra estar muito traumatizada", disse Maricy.

Abusos ocorriam na igreja

As investigações apontam que os abusos ocorriam na secretaria de uma igreja localizada no bairro Cajuru, em Curitiba. As crianças eram convidadas pelo pastor a jogar no computador, antes dos cultos. De acordo com a delegada, as crianças se sentavam no colo de Nunes para jogar. Enquanto isso, ele acariciava os corpos das vítimas. Para aliciair as crianças, o pastor ainda dava doces e dinheiro para as vítimas, segundo a polícia.

De acordo com Maricy, assim que souberam dos estupros, alguns pais entraram em contato com outro pastor, que seria chefe de Nunes. Com as suspeitas, ele instalou duas câmeras na secretaria da igreja, que gravaram os crimes. "Já no primeiro dia [em que os equipamentos foram instalados], foram filmados abusos", contou a delegada.

O inquérito policial é constituído, entre outros elementos, por três vídeos que mostram duas crianças sendo abusadas e laudos periciais com a avaliação psicológica das vítimas. Segundo a delegada, todas as vítimas avaliadas psicologicamente relataram a mesma história e contaram o mesmo abuso.

"Alguns pais, mesmo depois de assistir aos vídeos, ainda demonstravam pena do acusado. Eles [os pais das vítimas] diziam: 'coitado, ele já é velhinho. Será que ele vai ficar preso muito tempo?'", relatou a delegada.

Prisão

Após saber que estava sendo investigado, o pastor teria furtado R$ 3 mil da igreja e fugido para São Paulo. De lá, Nunes teria seguido para Manaus, no Amazonas, onde se refugiou na casa da irmã, uma missionária religiosa.

Nunes foi detido na segunda-feira em Manaus. Segundo informações da Polícia Civil amazonense, o religioso havia se mudado para o estado há dois meses. O mandado de prisão por estupro de vulnerável havia sido expedido no dia 13 de janeiro, pela Vara de Crimes Contra Criança e Adolescente do Paraná.

Nunes foi localizado por policiais civis na casa da irmã dele, localizada no bairro Cidade Nova, em Manaus. A prisão ocorreu depois que a delegada Maricy Mortágua entrou em contado com as autoridades amazonenses, pedindo apoio, já que havia indícios de que o pastor evangélico havia se mudado para Manaus.

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