R$ 4 milhões
sobraram do orçamento do Tribunal de Justiça no ano passado. O dinheiro foi para o fundo de construção do Centro Judiciário do Paraná.
R$ 370 mil mensais são gastos atualmente pelo TJ para o pagamento dos aluguéis de 16 prédios em uso na capital.
40% do valor atual de um juiz que atua nos Juizados Especiais é quanto podem ganhar os novos "juízes supervisores", se a PEC 34/2008 for aprovada.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 34, de 2008, de autoria do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), sugere aos Juizados Especiais a contratação de "juízes supervisores", que atuem na realização de conciliações. O novo cargo teria uma remuneração de 40% do valor de um juiz que atua hoje nos Juizados. A PEC causou repúdio em diversas instituições, como a Associação Nacional dos Juízes Federais (Ajufe).
Como justificativa, o texto da PEC informa que os "juízes supervisores (...) não empregarão formalismos dispensáveis no procedimento e prolatarão sentenças menos densas, fator que implicará o aceleramento dos feitos". E a menor remuneração, "dada a reduzida complexidade de suas funções jurídicas, permitirá a economia de bilhões de reais ao Estado e facilitará (...) a contratação mais célere de magistrados".
O diretor do fórum cível, Luciano Campos de Albuquerque, diz que os Juizados são um exemplo de funcionamento. "Eu sou suspeito por ser um fã dos Juizados. Acho que é um tipo de justiça que merece mais investimentos. Não há burocracias", defende.
Juiz dos Juizados Especiais e diretor-geral da Escola da Magistratura do Paraná, Roberto Bacellar tem opinião semelhante à de Albuquerque: "Os Juizados são um exemplo para o mundo da Justiça. Há países que exigem requisitos para se ter acesso à Justiça gratuita. Não é o caso do Brasil, que atende qualquer pessoa, seja rico ou pobre", diz. "As conciliações valorizam o trabalho. Muito da Justiça se faz com alguma conversa. Para que a pessoa vá para casa em paz", completa. (VB)
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