Cidade aparece com 8 mil habitantes, mas "jura" que tem mais de 11 mil
"Quase morri do coração", conta o prefeito de Iretama, no Centro do Paraná, Antônio José Piazalunga, conhecido como Toinzé. O motivo foi a divulgação dos dados preliminares da contagem do IBGE, que apontam redução de aproximadamente 3 mil pessoas na cidade nos últimos 11 anos.
Prefeito pede que população "apareça"
O prefeito de Piraquara, na Grande Curitiba, Gabriel Samaha, começa hoje a campanha "Se o IBGE não visitou a sua casa, procure a prefeitura". Ele pretende anunciar a campanha em panfletos, emissoras de rádio e até carros de som. O objetivo é garantir que, até 12 de setembro, os recenseadores, que voltaram a campo para entrevistar pessoas em casas que estavam fechadas nos últimos meses, encontrem todos os moradores. O motivo de tanto empenho é fácil de explicar: as informações preliminares apontam que a cidade tem 76 mil habitantes e Samaha acredita piamente que são mais de 100 mil.
Os dados da contagem de população realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na semana passada, são apenas preliminares. Mas já fizeram várias dezenas de prefeitos do Paraná convocarem reuniões às pressas com seus secretários. Segundo o IBGE, 208 das 399 cidades do estado encolheram nos últimos 11 anos o que, na prática, significa menos dinheiro para as prefeituras. Reportagem da Gazeta do Povo desta quinta-feira mostra que os governantes estão preocupados com a situação e acionaram a Associação dos Municípios do Paraná (AMP), que pretende pedir a recontagem da população.
Pelo menos 70% das prefeituras paranaenses são dependentes de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O valor do FPM repassado pelo governo federal para cada cidade é definido de acordo com o número de habitantes. Por isso a preocupação com a perda de população, que significa perda de recursos. Além disso, outras receitas municipais, como verbas de saúde pública e transporte escolar, também são vinculadas ao tamanho da população.
A AMP, porém, ainda não calculou de quanto seria a redução nos repasses e quantas prefeituras seriam afetadas. No ano passado, o FPM injetou R$ 2 bilhões nas administrações municipais do estado.
O presidente da AMP e prefeito de Castro, Moacyr Fadel (PMDB), usa o exemplo da cidade que administra para dizer que algo não está bem certo na contagem do IBGE. "Fizemos uma pesquisa com os agentes de saúde, que percorrem todo o município. Num dos lotes de visitação, que tem 3,8 mil moradores, cerca de 700 disseram que não foram pesquisados (pelo instituto)", diz.
O chefe do IBGE no Paraná, Sinval dos Santos, sequer cogita a possibilidade de recontagem. "Ainda não nos pediram, mas é inviável fazer isso", antecipa. Ele reforça que os dados divulgados na última sexta-feira são preliminares e que podem sofrer alteração, já que até o dia 12 de setembro os recenseadores continuarão visitando casas que estavam fechadas nos meses anteriores.
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