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São Paulo - Os jovens nascidos nos anos 80 e 90, contemporâneos da revolução digital e conhecidos como "geração Y", são inquietos e querem crescer rápido na carreira. São especialistas em lidar com tecnologia, usam mídias sociais com facilidade, sabem trabalhar em rede e estão sempre conectados. Mas se preocupam com o mercado de trabalho altamente competitivo e buscam cada vez mais a formação superior e o ingresso na carreira pública como passaporte para a estabilidade profissional. Os dados fazem parte de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (Ibmec), iniciada em 2007 e que mapeou um grupo de estudantes de Admi­nistração de várias instituições de ensino superior e mostrou que, apesar das semelhanças, esses jovens não têm um perfil homogêneo. As informações são da Agência Brasil.

A "geração Y" sucede a chamada "geração X", das pessoas que hoje estão na casa dos 40 anos e que sucederam a geração dos baby boomers – os nascidos de 1946 a 1964, depois da 2.ª Guerra Mundial, hoje com 60 anos ou mais. "Esses jovens, por serem altamente tecnológicos, têm uma relação com a comunicação diferente da geração anterior. Um jovem hoje consegue ver televisão, trabalhar no computador, conversar no MSN e ainda ouvir uma musiquinha. Essa característica as gerações anteriores não têm", comparou a economista Lúcia Oliveira, professora da graduação em Administração do Ibmec.

A pesquisa coordenada por ela constatou que os jovens da "geração Y" podem ser divididos em quatro perfis distintos, conforme a visão sobre a vida e o trabalho: engajados, preocupados, céticos e desapegados. "Todos esses jovens veem o mercado de trabalho brasileiro como altamente competitivo. Para eles, encontrar emprego não é fácil, nem simples", ressaltou a economista, que ouviu 31 estudantes em pesquisa qualitativa, com entrevistas individuais de até uma hora e meia.

Os "engajados" aceitam as condições do mercado de trabalho sem questionamentos e centralizam a vida na carreira profissional. Os "preocupados" também dão excessiva importância à carreira, mas têm ambições mais modestas. Os "céticos" são críticos do mercado privado, por considerarem que há uma competição exagerada e nociva, e preferem as carreiras públicas ou acadêmicas. Os "desapegados" dão menos importância ao trabalho do que às atividades ligadas à família e ao lazer, e visam as empresas públicas.

O contato com o grupo também levou a professora a constatar outras características típicas dos jovens nascidos nos anos 80 e 90, como a informalidade nas relações pessoais – menos hierarquizadas – e a facilidade de trabalhar em grupo, formando redes, em tarefas colaborativas que não precisam nem ser feitas no mesmo espaço, mas pela internet. "Eles estão acostumados a trabalhar em conjunto. Quando se tornarem líderes, vão priorizar a flexibilidade de horários e as novas formas de trabalhar. Um exemplo de empresa jovem é a Google, onde as pessoas não têm de bater ponto e está sendo muito bem sucedida, com um modelo de gestão diferente", diz.

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