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A Polícia Federal (PF) de São Paulo, a partir da prisão de um grupo de sírios tentando embarcar com passaportes falsos no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, passou a investigar um homem suspeito de aliciamento e de fornecer documentos adulterados. De origem turca, dono de uma agência de viagem, ele pertenceria a uma quadrilha internacional que atua no país falsificando passaportes usados por sírios que fogem da guerra civil e tentam chegar à Europa.

Segundo investigações dos policiais federais da Delegacia da PF no Aeroporto Internacional, o turco chegou a ser detido, mas conseguiu o relaxamento da prisão na Justiça.

“É um trabalho que está em andamento. Em 2015, 505 estrangeiros foram presos no Aeroporto Internacional por motivos diversos. Dez eram sírios”, afirmou o delegado Marcelo Ivo de Carvalho, chefe da Delegacia da PF no Aeroporto de Guarulhos.

Investigação sob sigilo

A prisão do turco aconteceu em 12 de março de 2015. Ele estava acompanhado de sete sírios e um iraquiano, também presos com passaportes falsos da Albânia. Eles embarcariam para Brasília, mas o destino final era Paris. A ideia, revelaram depois os sírios, era chegar à Alemanha e obter refúgio.

“Eles já haviam tentado algo em Porto Alegre, mas foram barrados no Rio Grande do Sul. Resolveram tentar por São Paulo”, lembrou o delegado Marcelo, que coordenou a equipe que fez o flagrante.

Em março, em decisão da 5ª Vara Criminal Federal de Guarulhos, todos conseguiram liberdade provisória.

A suspeita é que o Brasil pode ter virado base de atuação de uma quadrilha internacional que está usando o país como rota de sírios que fogem da guerra civil em busca de refúgio na Europa e em outros países com passaportes falsificados. A suspeita passou a ser considerada esta semana pelo Ministério Público Federal (MPF), no Rio, após analisar as circunstâncias que cercam o caso do sírio Dara Ramadan Youssef, de 45 anos.

Defensoria responde

Dara foi preso ano passado no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, quando tentava embarcar para Istambul, na Turquia, com um passaporte turco falso. Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o assunto já está sendo investigado sob sigilo pela PF.

Usando documentação original, Dara Ramadan entrou no país por São Paulo, em 17 de março de 2015, como refugiado. Aos policiais federais, alegou que queria viver no Brasil, mas mentiu. Em 1º de junho, foi flagrado com seu passaporte turco falso no aeroporto carioca.

Em nota, a Defensoria Pública da União, que atuou no caso do sírio Dara Ramadan Youssef, esclareceu que “o processo em questão transcorreu dentro dos limites do devido processo legal, com observância ao contraditório e à ampla defesa, tendo se baseado única e exclusivamente em elementos de provas trazidos aos autos judiciais”. Ainda segundo o texto, “a sentença absolutória não pode ser considerada como precipitada simplesmente pelo fato de não ter se fundamentado em hipóteses e conjecturas criadas pelo Ministério Público Federal, que sequer foram ventiladas no próprio processo”. O MPF, procurado, não se manifestou.

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