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Cerca de R$ 1 milhão foram apreendidos em dinheiro e cheques. | Roberto Custodio/Jornal de Londrina
Cerca de R$ 1 milhão foram apreendidos em dinheiro e cheques.| Foto: Roberto Custodio/Jornal de Londrina

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta segunda-feira (15), em cinco estados brasileiros, uma operação para desarticular organizações ligadas ao tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. A ação da PF foi batizada de “Operação Ferrari”. No balanço de encerramento da operação, a PF divulgou que 16 pessoas foram presas e quatro permaneciam foragidas. Entre as prisões, oito ocorreram em Londrina. Mais de 30 contas bancárias e imóveis foram sequestradas pela Justiça Federal.

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Em Londrina, três condomínios de alto padrão foram vasculhados por mais de 300 agentes mobilizados pela operação. Foram apreendidos 42 veículos de luxo – alguns no valor de R$ 200 mil – um iate, 27 caminhões, duas motos importadas, 91 relógios e jóias, 37 celulares. Em dinheiro, na casa de um dos investigados, a PF obteve R$ 634 mil e outros R$ 460 mil em cheques. Ao final do dia, os presos foram transferidos para a carceragem da PF em Curitiba.

Segundo a Polícia Federal, para camuflar os lucros obtidos com o tráfico de cocaína – a pasta base vinha do Paraguai e era refinada em Salvador (BA) e Indaiatuba (SP) – os coordenadores adquiriram empresas em funcionamento para servirem de fachada para a movimentação bancária. Em um posto de combustíveis, que dá nome à Operação, boletos com compra de combustível eram emitidos e pagos como forma de lavar recursos do tráfico de drogas.

Entre os detidos na operação está o tenente-coronel Mauro Rolim de Moura, chefe do Estado-Maior do 2º Comando Regional – autoridade no comando de cinco batalhões de policiais militares e quatro companhias na região norte do Paraná. De acordo com fontes internas da PF, Moura não integra a quadrilha de traficantes. No entanto, o monitoramento de vigilância e as escutas telefônicas teriam revelado a amizade entre o oficial da PM e um dos quatro coordenadores do tráfico presos em Londrina.

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Além do dinheiro, foram apreendidos 42 veículos de luxo, 27 caminhões, duas motos e relógios e joias. No Paraná, operação foi deflagrada em Londrina.

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A operação

A operação contou com a participação de 300 policiais federais e 28 servidores da Receita Federal, que deram cumprimento a 49 mandados judiciais, sendo 20 mandados de prisão preventiva, 22 mandados de busca e apreensão e sete mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para depor), em 15 cidades do país, nos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia e Sergipe.

O nome da operação faz alusão ao estilo de vida luxuoso dos criminosos. A quadrilha lavava dinheiro de várias empresas, entre elas uma chamada Auto Posto Ferrari, com sede em Cambé. Só no Paraná foram cumpridos 23 mandados em cinco cidades da região Norte: Londrina, Cambé, Arapongas, São Jerônimo da Serra e Porecatu. Todos os presos serão conduzidos para a superintendência do órgão no estado, em Curitiba. Em Londrina, os mandados de prisão preventiva foram cumpridos em condomínios de casas e apartamentos de luxo na zona sul da cidade. Entre os presos estão dois homens acusados de serem os “cabeças” do esquema.

Um dos presos na cidade do Norte paranaense chegou em uma viatura do Siate à sede da PF. Segundo o delegado da Polícia Federal, Elvis Secco, o suspeito se machucou durante um passeio de moto - avaliada em R$ 180 mil - e estava acamado, por isso foi preciso o auxílio da viatura. Em uma das casas, os policiais federais apreenderam R$ 550 mil em espécie, 50 relógios de luxo, uma grande quantidade de joias e uma máquina de contar dinheiro.

Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa, que tinha base em Londrina, mantinha casas em condomínios de luxo, utilizava carros importados, embarcações de alto valor e empresas para lavar o dinheiro do tráfico. O patrimônio da quadrilha foi avaliado pela PF em aproximadamente R$ 40 milhões.

O tráfico

O delegado da PF, Elvis Secco, informou que, apesar da base da quadrilha ser em Londrina, a droga não era comercializada na região. Segundo as investigações, a pasta de cocaína entrava no Brasil pelo Paraguai - mas possivelmente tinha Colômbia ou Bolívia como origem. A droga era transportada semanalmente para o interior de São Paulo e Salvador, na Bahia. Antes de chegar ao consumidor final, os traficantes aumentavam o volume do entorpecente com cafeína. A estimativa da PF é que a quadrilha agia há pelo menos 10 anos.

Mandados

Durante a operação, seriam cumpridos o sequestro de 20 imóveis, bloqueio em 30 contas correntes e apreensão de mais de 100 veículos adquiridos por meio de práticas criminosas. O quarteirão onde fica a sede da PF em Londrina - Rua Tietê, 1.450, Vila Nova - foi bloqueado para receber os veículos apreendidos. Nove carros de luxo foram levados para a sede da PF até as 11h30, entre eles um Jeep, uma BMW e duas caminhonetes.

Além de Londrina, a operação também foi realizada em Cambé, Arapongas, São Jerônimo da Serra e Porecatu, no Paraná. Em São Paulo, policiais fizeram buscas em Osasco, Indaiatuba, Hortolândia, Salto, Sumaré, Araçoiaba da Serra e Campinas. Mundo Novo é o alvo em Mato Grosso do Sul, Salvador, na Bahia, e Aquidabã, no Sergipe.

  • O delegado da PF, Elvis Secco, informou que, apesar da base da quadrilha ser em Londrina, a droga não era comercializada na região
  • Carros de luxo foram apreendidos durante o cumprimento dos mandados judiciais
  • Agentes e delegados da PF dão entrevista coletiva para detalhar a operação Ferrari
  • Um dos presos é escoltado para dentro da delegacia da PF em Londrina
  • Carros são trazidos até o pátio da delegacia da Polícia Federal em Londrina
  • Materiais apreendidos são trazidos por policiais federais
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