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Rio de Janeiro - O chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, afirmou que manter os presos em outros estados ajuda a segurança pública ao dificultar a comunicação entre os criminosos encarcerados e seus comparsas. "Mesmo em um presídio de segurança máxima aqui, a facilidade de comunicação com o advogado aumenta muito. Ele está próximo e não precisa pegar um avião. Manter (os presos) em Catanduvas é um facilitador de segurança do Rio", disse Turnowski.

A medida é vista pelo chefe da Polícia Civil como "prática e eficiente" no combate ao crime organizado. "Em vez de ficar preocupado com eles aqui, uso esses recursos e aplico em outro lugar. Isso vai facilitar o nosso trabalho. É uma coisa a menos para a polícia se preocupar", declarou.

Na terça-feira, o Tribunal de Justiça do Rio devolveu três traficantes para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. A Justiça Federal do Paraná alega que os detentos já cumpriram 1/6 da pena e têm direito a ter os benefícios julgados pela Justiça do Rio, por isso tentou devolvê-los. Mas o estado não os aceitou e, com base numa decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), não permitiu que deixassem o Aeroporto Santos Dumont. Os três foram reembarcados em outro avião e devolvidos a Catanduvas. O custo do "passeio" dos presos não foi divulgado, mas viagens para audiências costumam custar em torno de R$ 40 mil.

Crime federal

Segundo Turnowski, o cumprimento de pena em outros estados pelos traficantes cariocas é legal juridicamente, pois o tráfico é um crime federal. O afastamento do estado educa o preso, de acordo com ele. "A demora a ter visita da família, o pouco contato, isso faz com que (a transferência para outro estado) tenha um caráter educativo. Na hora em que esse bandido voltar para o Rio, ele vai perceber que não pode cometer o mesmo erro de enfrentar o Estado, de burlar a lei no presídio. O preso, quando voltar, vai estar mais manso e por desejar ficar no Rio se comportará melhor", avaliou.

Sedex

O juiz Sérgio Fernando Moro, da Seção Federal de Execução Penal de Catanduvas, mostrou ontem os três avisos de recebimento do Sedex de 13 de julho, assinados pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Rio, que informava sobre a transferência dos presos. A VEP do Rio alegou que não foi avisada sobre a vinda dos condenados. Segundo ele, até hoje a Justiça do Rio não acusou formalmente os 12 presos transferidos para Catan­duvas por ordenar os ataques ocorridos de dezembro de 2006, que deixaram 10 mortos e motivaram a mudança dos detentos de Bangu 1 para o presídio paranaense.

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