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Brasília – A Operação Xeque-Mate da Polícia Federal (PF) bateu à porta da residência do irmão mais velho do presidente Lula, Genival Inácio da Silva, às 6 horas de ontem, em São Bernardo do Campo (SP). Os agentes pegaram os parentes do presidente de surpresa, mas, segundo a própria família, não houve arbitrariedade. "Eles não acharam nada, graças a Deus, e foram embora", disse Maria da Silva, mulher de Vavá.

Os familiares de Vavá disseram que vão acionar advogados para entender do que ele é acusado, pois até agora, alegam, "ninguém entendeu nada". "Não sabemos sequer a razão da busca ou o que procuravam", disse Édson Inácio, filho mais velho. Os agentes vasculharam computadores, inclusive o de uma filha de Vavá.

A PF alegou que a investigação corre em segredo de Justiça, por ordem da Justiça Federal do Mato Grosso do Sul e nada pode informar sobre as suspeitas que pesam sobre o irmão do presidente, ou sobre o tipo de busca realizada na casa dele. Fontes extra-oficiais disseram que teria sido apreendido o HD (memória) de um computador da residência de Vavá. As buscas foram realizadas por quatro agentes.

Esta não é a primeira vez que Vavá aparece no noticiário político-policial. Em outubro de 2005, ele foi acusado de comandar um escritório montado para fazer lobby em favor de empresários paulistas interessados em negociar com o governo. Na ocasião, Vavá foi repreendido por Lula e forçado a desativar o escritório, mesmo contrariado. Ele negou que estivesse praticando ilegalidades.

Segundo balanço divulgado pela PF, foram presas 77 pessoas e cumpridos 50 mandados de busca em São Paulo e mais cinco estados (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia e Minas Gerais). Entre os presos estão policiais civis e militares, acusados de receber propinas para facilitar as atividades da quadrilha.

Em Dourados (MS), a polícia prendeu o empresário e ex-deputado estadual Roberto Razuk. Ele é acusado de explorar máquinas caça-níqueis na fronteira com o Paraguai. Os policiais são acusados de corrupção passiva (cobrança e recebimento de propina de criminosos), facilitação de contrabando de armas e prática de tortura. Um dos detidos é o major Sérgio Roberto Carvalho, que há dez anos foi condenado por traficar 200 quilos de cocaína.

No Paraná, foram presos os empresários Paulo do Carmo Sgrinholi, em Umuarama, e Nilton Cézar Servo II. O pai de Nilton, o ex-deputado estadual do Paraná, Nilton Cézar Servo, está foragido e é apontado pela polícia como um dos principais exploradores de caça-níqueis em Campo Grande. Ele movimentaria por dia R$ 45 mil.

A Operação Xeque-Mate é fruto de dois inquéritos policiais. O primeiro apurava a prática de contrabando e descaminho de componentes eletrônicos para a utilização em máquinas caça-níqueis. O segundo investigava a corrupção de policiais civis e o possível envolvimento com tráfico de drogas no Mato Grosso do Sul.

As investigações começaram há seis meses. A quadrilha contrabandeava componentes eletrônicos usados na montagem de caça-níqueis e, segundo a PF, pagava propinas para passar com o equipamento pela fronteira.

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