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Familiares e amigos da vítima fizeram um protesto ontem no local do crime | Walter Alvez/ Gazeta do Povo
Familiares e amigos da vítima fizeram um protesto ontem no local do crime| Foto: Walter Alvez/ Gazeta do Povo

O delegado Rubens Recalcatti, titular da Delegacia de Homi­­­cídios de Curitiba, informou ontem que deve pedir a prisão preventiva de Aldeildo Fonguer, suspeito de ter assassinado a tiros Andersandio Soares Franco, de 22 anos, ao lado do Shopping Água Verde, na última terça-feira. Fonguer está desaparecido desde o dia do crime.

"Os indícios mostram que ele é o autor", disse o delegado. Até agora, 12 pessoas foram ouvidas no inquérito que investiga a morte de Franco. "Algumas delas são muito importantes para esclarecer realmente a verdade dos fatos", completou. Ontem à noite, familiares e amigos da vítima fizeram um protesto no local do crime para pedir Justiça.

Mais cedo, em coletiva, o delegado confirmou que a motivação do crime tem relação com o incômodo que um grupo de jovens – do qual Franco participava – causava aos moradores da região. Entre eles Fonguer, que é construtor autônomo. Segundo Recalcatti, o grupo reunia-se no calçadão na lateral do shopping e fazia algazarra, enquanto andavam de skate e consumiam bebida alcoólica. "Há relatos até de consumo de drogas. Eles perturbavam os moradores e quem passava por ali", disse.

Na semana passada, Fonguer teria se envolvido em uma briga com o grupo. Na ocasião, um adolescente foi levado para a delegacia pela Polícia Militar após a confusão. Na terça-feira, o construtor teria ido conversar com Franco sobre a confusão da semana anterior, que foi gravada pelo rapaz e divulgada na internet. Depois de alguns minutos de diálogo, os dois teriam iniciado uma nova briga, quando Fonguer teria sacado uma arma e disparado dez vezes contra o rapaz. "O menino que morreu estava com as mãos feridas. Há indícios de que ele tenha batido no Aldeildo", disse o delegado.

Polêmica

A demora da polícia em abrir o inquérito e pedir a prisão do suspeito chegou a levantar polêmica ontem. Mas, segundo Mário Soltoski Júnior, professor de Direito Criminal, a conduta policial no caso até agora é acertada. Ele explica que o procedimento de instaurar o inquérito é apenas uma formalidade e que isso pode ser feito a qualquer momento. Sobre o fato de a prisão do assassino não ter sido pedida, Soltoski pondera que só em algumas situações o acusado deve ficar preso. "A regra é a liberdade", resume.

A prisão pode acontecer em flagrante ou por ordem judicial (nestes casos, em caráter preventivo ou temporário, ou ainda para execução de uma pena definida em sentença). Quando o caso ainda está em investigação e não houve julgamento, o acusado só é preso quando há clara evidência de que ele pode continuar cometendo crimes, quando há indícios fortes de que está destruindo provas ou ameaçando testemunhas ou ainda quando há risco concreto de fuga. Como o homicídio é de autoria conhecida, Recalcatti poderia até remeter o caso para o distrito policial da região.

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