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A polícia do Pará prendeu hoje dez pessoas e apreendeu dois adolescentes acusados de incendiar o fórum da comarca de Igarapé-Miri, na região nordeste do estado, durante o protesto no domingo (14) de moradores contra o assassinato de um comerciante do município, vítima de assalto. O prédio da prefeitura e a delegacia policial também foram atacados, mas seguranças impediram que a multidão invadisse os dois locais para atear fogo. A prefeitura foi apedrejada e teve portas e janelas quebradas.

O ataque aos prédios públicos começou logo depois do sepultamento do comerciante Augusto Miranda, de 64 anos. Um pelotão de choque da Polícia Militar (PM) está na cidade para evitar novo quebra-quebra e saques no comércio. Em protesto contra as prisões, moradores ameaçam fechar a rodovia PA-151, que dá acesso ao município de Abaetetuba. Sob um clima tenso e com muita gente pelas ruas, a PM conseguiu retirar os doze presos da cidade e os transferiu para o Centro de Recuperação Regional, em Abaetetuba.

A prefeita de Igarapé-Miri, Dilza Maria Pantoja, disse que a violência sofreu um aumento assustador no município, onde existem apenas seis policiais para uma população de 70 mil pessoas. "É lamentável o que estamos passando aqui, fizemos reivindicações aos responsáveis pela segurança pública, mas nada fizeram. Estamos nos sentindo abandonados", afirmou a prefeita, acrescentando estar sendo também ameaçada, até de morte, por bandidos.

Ela rebate informações do Conselho de Segurança Pública, que aponta Igarapé-Miri como o município de menor índice de violência do Pará. "Não sei de onde tiraram essa estatística, se nem delegado e escrivão de polícia nós temos", disse. Em represália ao quebra-quebra, a Justiça decidiu implantar uma "lei seca" no município, proibindo a venda de bebidas alcoólicas por tempo indeterminado.

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