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Três policiais paranaenses acusados de terem matado, em dezembro do ano passado, o o sargento da PM Ariel da Silva, em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, foram denunciados (acusados formalmente) por homicídio qualificado pela Promotoria de Justiça Criminal do município gaúcho. Além do pedido de condenação pelo crime, o Ministério Público solicita o afastamento do trio do Núcleo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre) do Paraná, com a transferência dos agentes suspeitos para outros setores da polícia.

De acordo com a denúncia, o crime aconteceu quando os três foram à cidade no Rio Grande do Sul fazer investigações sobre o sequestro de dois agricultores paranaenses. Conforme informações da apuração do órgão de Justiça, eles não avisaram as autoridades policiais rio-grandenses sobre o trabalho de apuração do sequestro que realizariam na região. O MP diz que os agentes paranaenses estavam em uma viatura descaracterizada, com vidros escuros, e acertaram com uma metralhadora o PM, que morreu enquanto pilotava uma moto.

Durante as investigações, os três policiais alegaram que agiram para se defender. Segundo o promotor André Luis Dal Molin Flores, no entanto, a perícia aponta que quem agiu em legítima defesa foi a vítima do assassinato. "A denúncia do Ministério Público é clara, ela diz que os policiais paranaenses é que efetuaram os disparos de metralhadora e quem reagiu [em legítima defesa], quando quase caído ao solo, apurado por perícia, foi o policial militar depois de ter sido alvejado pelos disparos", relatou.

A Polícia Civil do Paraná informou que não irá se manifestar sobre o caso. À época, o órgão disse, em nota, que o acontecimento não iria abalar "a sólida imagem de êxito" de sua equipe de investigação.

Sequestro investigado

No mesmo dia do crime, à tarde, após a morte do sargento Silva, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul descobriu a casa onde os reféns paranaenses estavam e trocou tiros com os sequestradores. O delegado Leonel Fagundes Carivali, ao chegar ao cativeiro onde estava sendo mantido o agricultor Lírio Darcy Persch, 50, tentou atirar em um dos sequestradores, mas acabou acertando o refém, que morreu.

O caso foi investigado pela Corregedoria da Polícia Civil gaúcha, que indiciou o delegado sob suspeita de homicídio. O inquérito conclui que ele assumiu o risco de matar e que houve "erro de execução". A defesa de Carivali sustenta que houve legítima defesa: o policial atirou porque já havia ouvido um disparo, viu o sequestrador apontando uma arma contra ele, e não viu o refém.

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